O que os EUA oferecem em troca do Brasil impedir presença da Huawei na rede 5G

Compartilhe

O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, estava visitando o país sul-americano, na primeira aproximação de Washington com Brasília desde a posse do presidente Joe Biden.

O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, em visita ao Brasil, se reuniu com o presidente daquele país, Jair Bolsonaro, para tratar de questões de segurança, incluindo a expansão da rede 5G no país sul-americano, como forma de desacelerar o avanço da a gigante chinesa das telecomunicações Huawei.

Isso implica a primeira reaproximação entre os dois governos desde que Joe Biden assumiu a presidência. O encontro, segundo a Folha, é uma ” nova pressão contra a participação de empresas chinesas na rede 5G brasileira”, pela qual o Brasil obteria em troca o apoio dos Estados Unidos para ingressar na Organização do Tratado como parceiro global. (OTAN).

Já durante a gestão de Trump, havia sido cogitada a possibilidade de o país sul-americano ingressar na OTAN, ao qual pertence apenas a Colômbia na região desde 2018, mas isso não aconteceu. 

Com esta reunião, onde participaram altos funcionários norte-americanos da área de segurança e de parte do gabinete de Bolsonaro e das Forças Armadas Brasileiras, o governo Biden alia-se ao seu homólogo brasileiro, que sempre manifestou apoio ao ex-presidente e ex-candidato a re- eleição. Donald Trump.

A visita de um dia ocorreu apesar do governo Biden ter sido pressionado pela bancada democrata a não avançar na cooperação com o Brasil, dadas as acusações contra Bolsonaro por violações de leis ambientais e direitos humanos durante a pandemia. No entanto, apesar da relutância de seu próprio partido, o presidente dos Estados Unidos já afirmou que apoiará a adesão do país sul-americano à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

Sobre o que foi falado?

As informações oficiais sobre as reuniões foram breves e os assuntos tratados pelos dois governos só foram divulgados nas redes sociais de forma bastante geral.

Durante sua estada, Sullivan teve uma reunião não agendada na agenda oficial com Bolsonaro. Esta é a primeira vez que um alto funcionário do Biden se encontra com o presidente brasileiro e nenhuma informação foi divulgada sobre o que eles conversaram.

Por sua vez, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, qualificou o encontro com Sullivan como “produtivo” e afirmou no Twitter que tratará “principalmente” da rede 5G .

Além disso, disse que trabalharão juntos “para desenvolver soluções Open RAN (a parte de um sistema de telecomunicações que conecta dispositivos a uma rede por meio de conexões de rádio) e que” foi apresentada a visão geral do mercado global de fornecimento de chips. Para equipamentos de telecomunicações “

A embaixada dos EUA também divulgou informações sobre o encontro entre Faria e Sullivan, e disse que ambos falaram em ” respeito à cibersegurança ” e em garantir que a rede 5G “traga os benefícios prometidos a todos os brasileiros”.

O Itamaraty informou que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, conversou com a delegação norte-americana sobre os “desafios da pandemia”, “desenvolvimento sustentável” e “defesa da democracia e dos direitos humanos e questões de segurança no hemisfério”, quais são as questões pelas quais os congressistas democratas se opõem a chegar a acordos com Bolsonaro.

NATO e a rede 5G

A delegação brasileira foi dominada por membros do alto comando militar, incluindo o chefe da Defesa, Walter Souza Braga Netto, enquanto a delegação norte-americana foi dominada por altos funcionários da área de segurança.

Segundo a Folha, a entrada do Brasil na OTAN foi discutida entre Sullivan e Braga Netto, e dependeria de as autoridades brasileiras vetarem a participação da Huawei no futuro mercado de 5G daquele país.

Para Washington, a presença de “provedores não confiáveis”, como a Casa Branca considera a Huawei e outras empresas chinesas na rede 5G, pode impedir a cooperação em defesa e segurança. É por isso que ambos os problemas estão relacionados.

Desde a presidência de Trump, Washington já negocia com outros países para convencê-los a optar por provedores ocidentais ao atualizar suas redes 5G.

Também estiveram presentes os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica do Brasil; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Laerte de Souza Santos; o Secretário-Geral do Ministério da Defesa, Sergio José Pereira e demais autoridades.

Os diretores do Conselho de Segurança Nacional para o Hemisfério Ocidental, Juan González; do Conselho de Segurança Nacional, Tarun Chhabra, e do Conselho de Segurança Nacional para Segurança Cibernética, Amit Mital, para citar alguns.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

www.clmbrasil.com.br