Bolsonaro: não é CPMF, é tributação digital

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não está propondo a volta da CPMF.

“O que o Paulo Guedes está propondo não é a CPMF não, é uma proposta de tributação digital. Não é apenas para financiar o grande programa [social, para substituir o Bolsa Família], é para desonerar também a folha de pagamentos. É uma compensação, eliminar um montão de encargo em troca de outro. Mas se a sociedade não quiser, não tem problema nenhum”, disse.

Segundo Bolsonaro, trata-se de “uma proposta de desoneração”. “Não é fácil a vida dos patrões, as pessoas falam que é difícil a vida dos empregados, mas a dos patrões também é difícil”, disse.

Questionado sobre o que achava da criação do novo imposto, ele se recusou a responder. “Não pergunte se eu sou favorável, isso aí é maldade”, disse ao ser questionado por jornalistas.

O presidente, que está com a covid-19, saiu para dar uma volta, alimentar as emas do Palácio da Alvorada e participar da cerimônia de arriamento da bandeira, onde um grupo de apoiadores o esperava.

Ele manteve distância das pessoas, mas estava acompanhado de um grupo de políticos e assessores, como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP). O novo exame que fez esta semana ainda detectou a presença do coronavírus. Bolsonaro usou máscara, mas abaixou a proteção em alguns momentos para falar.

Questionado pelos apoiadores, o presidente voltou a defender o chefe interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello, após as críticas do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente disse que Pazuello é um “grande gestor” e que quando dá problema, é preciso “chamar o Exército”.

Bolsonaro também afirmou que, depois que tomou cloroquina, não apresentou mais sintomas do novo coronavírus. “Para mim deu certo”, disse.

Em uma fala transmitida ao vivo pelo Facebook, o presidente voltou a criticar o projeto de lei contra as “fake news”, aprovado no fim de junho pelo Senado. Para ele, o objetivo da proposta, que ainda precisa ser analisada pela Câmara, é “colocar limites” à liberdade de expressão.

Segundo o presidente, já há legislação para punir quem se excede e comete crimes como injúria, calúnia e difamação. “Não tem que inventar mais nada. Senão vai virar uma terra de ninguém”, disse.

Ele também voltou a afirmar que é a favor de uma política pró-armamento. “Nós acreditamos que a arma é uma maneira de dar liberdade, democracia. Mas as armas têm que estar nas mãos certas, nas mãos do povo”, disse.

Com os apoiadores, Bolsonaro cantou o hino nacional e rezou um Pai Nosso. Os presentes gritaram “mito” e fizeram pedidos ao presidente, como para que fosse enviado estoques de cloroquina para seus municípios.

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