Lula afirma contar com esforço das Forças Armadas para despolitização
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revelou nesta terça-feira que os comandantes das Forças Armadas lhe prometeram que trabalharão pela despolitização de suas instituições, objetivo do presidente que se tornou urgente após os ataques ao quartel-general do poderes em Brasília.
“Tenho a palavra das três forças [Exército, Marinha e Aeronáutica] de que um grande esforço será feito para despolitizar as Forças Armadas”, disse o presidente em entrevista ao site de notícias Brasil 247 .
“O que não pode é ficar usando as Forças Armadas para fazer política”, acrescentou.
O presidente já alertava na campanha eleitoral e como presidente eleito que trabalharia durante seu mandato para desmilitarizar a política e, por sua vez, afastar a política dos quartéis. Ou seja, reverter o que Jair Bolsonaro, ex-capitão do Exército, havia feito em seus quatro anos de mandato.
No dia 8 de janeiro, uma semana após a posse de Lula, partidários radicais de Bolsonaro, descontentes com a vitória do esquerdista, atacaram violentamente o Palácio do Planalto presidencial, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
O presidente acusou parte dos militares e outras forças de segurança de terem agido em “conluio” com os assaltantes, que invadiram sem oposição os quartéis-generais dos poderes .
Em resposta a isso, demitiu mais de cem militares que atuavam na segurança da Presidência e tirou dos militares o controle da poderosa Agência Brasileira de Inteligência ( Abin), entre outras medidas.
Além disso, seu governo está preparando um projeto de emenda constitucional para reduzir a influência militar na política.
“Vamos discutir com o Congresso. Temos interesse em enviar o projeto de lei dizendo que todo mundo que quiser ser candidato a alguma coisa deve ir para a reserva “, explicou.
Lula descartou que quer ficar “em cima do nariz” com as Forças Armadas que, segundo a Constituição brasileira, devem obedecer ao presidente.
“Pela Constituição, sou o chefe supremo das Forças Armadas. A Aeronáutica, a Marinha e o Exército obedecem a uma ordem do presidente. E insisto que o que tiver que ser feito, eu farei”, declarou.
