Trump parte para o Alasca: encontro arriscado com Putin sobre o destino da Ucrânia
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, se encontrarão nesta sexta-feira no Alasca para uma cúpula de alto risco que pode ser crucial para o futuro da Ucrânia. A reunião marca a primeira vez que Putin pisa em solo ocidental desde que ordenou a invasão dação da Ucrânia em fevereiro de 2022.
A guerra, que já matou dezenas de milhares de pessoas, tem visto a Rússia obter ganhos rápidos pouco antes do encontro. O presidente americano estendeu o convite a pedido de Putin, mas tem alertado que a reunião pode terminar rapidamente se não houver um acordo.
Declarações e expectativas
A caminho de Anchorage, Trump expressou otimismo a repórteres: “Há um bom nível de respeito de ambos os lados e acho que algo vai sair disso.”
No entanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que não foi incluído na cúpula, recusou publicamente a pressão de Trump para entregar territórios à Rússia. Em uma publicação nas redes sociais, Zelensky declarou: “É hora de acabar com a guerra, e a Rússia precisa tomar as medidas necessárias. Contamos com a América.”
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que chegou ao Alasca vestindo uma camisa com “URSS” em letras cirílicas, disse à TV estatal russa que a posição de Moscou é “clara e inequívoca”, mas se recusou a fazer previsões sobre o resultado.
A reunião e a posição dos líderes
A cúpula, que acontecerá na Base Aérea de Elmendorf, uma antiga instalação da Guerra Fria, está prevista para começar às 11h30, horário local. A histórica compra do Alasca pela Rússia em 1867 foi citada por Moscou para mostrar a legitimidade de trocas de terras, adicionando uma camada de significado ao local.
Apesar de ter se gabado de sua relação com Putin e ter prometido paz em 24 horas, Trump reconheceu sua frustração e alertou para “consequências muito severas” se não houver um cessar-fogo. Trump, que chamou o encontro de “reunião de teste”, disse que seu objetivo é “colocá-los à mesa”, referindo-se aos líderes russo e ucraniano. Ele também prometeu consultar Zelensky e os líderes europeus, e afirmou que qualquer acordo final ocorreria em uma reunião tripla para “dividir” o território.
A cúpula marca uma mudança drástica em relação à abordagem de Biden, que havia se recusado a discutir o futuro da Ucrânia sem a presença de Kiev. Além disso, o Departamento do Tesouro de Trump aliviou temporariamente as sanções contra altos funcionários russos para permitir que eles viajem para o Alasca, já que Putin enfrenta um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional. Zelensky chamou a cúpula de uma “vitória pessoal” para Putin, que, segundo ele, está “saindo do isolamento.”
