Trump ameaça taxar aliados do BRICS em meio a críticas contínuas à aliança
O presidente dos EUA, Donald Trump, reforçou sua ameaça de impor uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que alinhar suas políticas com a aliança BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que ele considera “antiamericana”. A medida visa proteger a indústria e os empregos nos EUA, segundo Trump, que fez o anúncio nas redes sociais.
Trump tem sido um crítico ferrenho do BRICS, e suas declarações indicam uma escalada em sua política comercial protecionista. Embora o prazo inicial para acordos comerciais fosse 9 de julho, autoridades americanas confirmaram que as novas tarifas entrarão em vigor em 1º de agosto. Cartas serão enviadas aos países para notificar sobre as alíquotas aplicadas em caso de não haver um acordo.
Desde que assumiu a presidência, Trump implementou diversas tarifas de importação, chegando a anunciar um “Dia da Libertação” em abril com novos impostos sobre produtos globais, alguns atingindo 50%. No entanto, ele suspendeu temporariamente as ações mais agressivas para permitir três meses de negociações. Durante esse período, foi implementada uma tarifa de 10% sobre a maioria dos produtos importados pelos EUA.
Situação atual dos acordos comerciais
Até o momento, os EUA fecharam acordos comerciais apenas com o Reino Unido e o Vietnã, além de um acordo parcial com a China. Contudo, ainda há impasses, como a falta de consenso sobre as tarifas do aço britânico.
As negociações com a União Europeia (UE), um dos maiores parceiros comerciais dos EUA, também não avançaram para um acordo completo. Apesar de uma “boa conversa” entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Trump, a UE foi informada em maio que enfrentaria impostos de 50% caso não chegasse a um acordo. Notícias recentes indicam que a UE considera um acordo provisório para manter uma tarifa de 10% na maioria dos produtos, além de buscar a redução de impostos sobre carros, peças, aço e alumínio.
Questionado sobre a data de início das tarifas, Trump afirmou que “haverá tarifas, as tarifas serão tarifas”, com o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, confirmando o dia 1º de agosto. Entre 10 e 15 cartas serão enviadas aos países afetados nesta segunda-feira, detalhando as novas alíquotas.
No cenário mais recente, Trump mencionou que o Japão poderia enfrentar uma tarifa de “30% ou 35%” se não chegasse a um acordo até quarta-feira. A UE também foi notificada sobre a possibilidade de impostos de 50%, a menos que chegue a um acordo com os EUA.
