Rússia e Ucrânia intensificam alerta militar com exercícios de combate em meio as tensões elevadas

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A Rússia realizou simulações militares no Mar Negro, ao sul da Ucrânia, e disse que precisava aguçar a prontidão de combate de suas forças convencionais e nucleares devido ao aumento da atividade da Otan perto de suas fronteiras.

A Ucrânia, que com seu aliado, os Estados Unidos, disse acreditar que a Rússia pode estar preparando uma invasão, realizou exercícios próprios perto da fronteira com a Bielo-Rússia.

O aumento da atividade militar em ambos os lados segue semanas de tensão crescente que aumentaram o risco de guerra entre os dois vizinhos, embora a Rússia negue intenções agressivas e fontes de inteligência ocidentais tenham dito à agência de notícias Reuters que não consideram nenhuma invasão iminente.

Os EUA e a OTAN sinalizaram seu apoio à Ucrânia de maneiras que Moscou considera provocativas, inclusive por meio de manobras de navios de guerra neste mês no Mar Negro e a entrega de barcos de patrulha dos EUA à marinha ucraniana.

A secretária de Relações Exteriores britânica, Liz Truss, disse à Reuters na quarta-feira que seria “um grave erro da Rússia” atacar a Ucrânia.

Aviões de caça e navios russos praticaram repelir ataques aéreos a bases navais e responder com ataques aéreos durante exercícios militares na quarta-feira no Mar Negro, informou a agência de notícias Interfax.

Separadamente, a agência de notícias citou o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, dizendo que a necessidade da Rússia de desenvolver ainda mais suas forças armadas foi ditada “pelas complicadas condições militares e políticas no mundo e pela crescente atividade dos países da OTAN próximos às fronteiras da Rússia”.

Ele disse que aumentar as capacidades das forças armadas, apoiar a prontidão de combate das forças nucleares e fortalecer o potencial de dissuasão não nuclear estão entre as prioridades.

Na terça-feira, Shoigu reclamou que os bombardeiros americanos ensaiaram um ataque nuclear contra a Rússia de duas direções diferentes no início deste mês e reclamaram que os aviões haviam chegado muito perto da fronteira russa, simulações que o Pentágono disse ter aderido aos protocolos internacionais.

‘Operação especial’ ucraniana

A Ucrânia realizou na quarta-feira o que chamou de “operação especial” na fronteira com a Bielo-Rússia, incluindo exercícios de drones e exercícios militares para unidades antitanque e aerotransportadas.

O país enviou 8.500 soldados extras para sua fronteira com a Bielo-Rússia, dizendo que teme ser arrastado para a crise migratória, que viu a União Europeia acusar Minsk de transportar pessoas do Oriente Médio e empurrá-las para entrar na vizinha Polônia. Bielo-Rússia nega fomentar a crise.

Kiev também teme que a fronteira com a Bielo-Rússia, um aliado russo próximo, possa ser usada pela Rússia para encenar um ataque militar.

O chefe da inteligência militar da Ucrânia disse ao jornal Military Times neste fim de semana que a Rússia tinha mais de 100.000 soldados concentrados ao redor das fronteiras da Ucrânia e se preparava para um ataque no final de janeiro ou início de fevereiro.

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