Maduro diz que “Venezuela irá recuperar Essequibo”; risco de conflito com a Guaiana aumenta

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Os venezuelanos aprovaram em referendo neste domingo (3/12) a proposta de seu governo para a criação de um novo estado em Essequibo, região atualmente controlada pela Guiana e disputada entre os dois países. Segundo o governo venezuelano, mais de 95% dos eleitores votaram a favor deste tema, um dos cinco temas desenvolvidos na consulta pública

O resultado aumentou as tensões na região e os temores da ameaça de conflito armado local: o Brasil já aumentou a presença de militares no norte de Roraima, região que faz fronteira com a Venezuela e a Guiana.

Após o referendo, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, declarou que “não há nada a temer” e o ministro do Trabalho do país, Deodat Indar, afirmou que o governo não toleraria qualquer invasão do território do seu país. No domingo, Indar participou de uma marcha com moradores de Essequibo, perto do que hoje é a fronteira com a Venezuela.

A secretária do Itamaraty para a América Latina e o Caribe, Gisela Padovan, disse esperar uma “solução pacífica” e reiterou que o Itamaraty está conversando com as duas partes.

“É um assunto interno. Tanto é verdade que o Tribunal Internacional de Justiça decidiu não sobre o referendo, mas sobre qualquer medida que mudasse a situação atual. Estamos a manter conversações de alto nível com ambos os países e esperamos uma situação pacífica. É isso que queremos.”

O referendo foi apenas de natureza consultiva e, portanto, não é automaticamente vinculativo; Dito isto, o resultado não significa que o Estado da Venezuela tenha o direito de anexar a região, que atualmente representa mais de 70% do território da Guiana e tem uma área maior que a da Inglaterra. Mas Caracas viu isto como mais um passo para controlar o território.

Nesta segunda-feira (4), o presidente venezuelano Nicolás Maduro falou da “vitória esmagadora” de “um povo que ergueu bem alto seu tricolor com oito estrelas (a bandeira da Venezuela), que brilhou como nunca”.

No domingo (3), Maduro disse que o resultado levaria o governo a “recuperar o que os libertadores nos deixaram” – aludindo à afirmação histórica na Venezuela de que o território pertencia originalmente ao país e era propriedade ilegal do Reino Unido, cujo a Guiana é uma ex-colônia.

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