Lula procura soluções enquanto Trump afia as garras comerciais
O governo brasileiro está em alerta devido à possibilidade de Donald Trump, em abril, impor tarifas sobre uma gama muito maior de produtos brasileiros do que se previa inicialmente. Além das ameaças já conhecidas sobre etanol, aço e alumínio, existe a preocupação de que Trump possa adotar uma taxação linear sobre quase todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos.
Essa medida seria parte da política de “tarifas recíprocas” que Trump pretende implementar a partir de 2 de abril, visando o que ele considera ser um tratamento injusto no comércio bilateral. As negociações entre os governos brasileiro e americano têm se concentrado no etanol, mas há receios de que o Brasil seja afetado por uma estratégia comercial mais ampla de Trump.
A incerteza sobre os planos de Trump gera grande apreensão no governo brasileiro, que teme a imposição de novas tarifas setoriais ou alíquotas específicas para cada país parceiro.
A imprensa americana relata que a Casa Branca considera diferentes abordagens, incluindo a classificação dos países em categorias tarifárias ou a aplicação de tarifas individualizadas.
Um auxiliar de Trump indicou que cada país receberá um índice baseado em suas barreiras comerciais, o que determinará o nível das tarifas americanas. O governo brasileiro está preocupado com essa possibilidade, já que os Estados Unidos consideram o Brasil um país com altas tarifas de importação em diversos setores.
A imposição de tarifas lineares ou o aumento dos setores tarifados pode ter um impacto significativo nas exportações industriais brasileiras para os Estados Unidos, que totalizaram US$ 31,6 bilhões em 2024. Os Estados Unidos são o principal destino dos produtos industriais brasileiros, incluindo itens estratégicos como aeronaves. Além disso, Trump já iniciou investigações comerciais que podem resultar em tarifas sobre outros produtos brasileiros, como cobre e madeira.