CPI do MST é instalada na Câmara; oposição é a maioria

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A Câmara dos Deputados instalou nesta quarta-feira a CPI do MST com opositores à frente da comissão. O colegiado pretende apurar supostas irregularidades relacionadas à atuação do movimento sem-terra e aos possíveis financiadores das invasões de terras produtivas no Brasil. O tenente-coronel Luciano Zucco (Republicano-RS) foi eleito presidente. Kim Kataguiri (União-SP) foi nomeado 1º vice-presidente. O segundo vice será o delegado Fábio Costa (PP-AL) e o terceiro Evair de Mello (PP-ES).O relator será de Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente na gestão de Jair Bolsonaro.
A nomeação de Salles foi objeto de protestos de partidários do governo. Sâmia Bomfim (PSOL-SP) reiterou que Salles deve ser declarado suspeito porque está sendo investigado por crimes relacionados ao meio ambiente e tem contatos próximos com empresários que atuam contra o MST. O pedido de impeachment do ex-ministro de Bolsonaro foi rejeitado por Zucco. Durante todo o tempo em que foi indiciado pelo governo, Salles sorria.Em seu discurso, o ex-ministro disse que a análise dos fatos será “técnica”.

  • Será um trabalho técnico, objetivo e imparcial. Esperamos a ajuda daqueles que defendem a reforma agrária. Deixaremos o máximo de espaço possível para o diálogo e tentaremos esclarecer a verdade por trás da discussão não autorizada.

Desde seu anúncio pelo presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), a CPI do MST tornou-se uma meta preocupante para o governo e os parlamentares petistas.O temor de desgaste que a comissão pode trazer cresceu com a possibilidade de que o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP) fosse indicado relator e o Coronel Zucco designado presidente.

As invasões promovidas pelo MST durante o abril vermelho, que incluiu uma área da Embrapa em Pernambuco, provocaram descontentamento no Palácio do Planalto. O receio principal é que o relator crie uma narrativa para criminalizar o movimento. As ocupações promovidas pelo MST neste início de ano têm gerado mobilização negativa contra o governo Lula nas redes sociais.

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