Ataques aéreos israelenses atingem alvos do Hezbollah perto de Damasco
Os ataques são os primeiros desde que a Rússia realizou publicamente patrulhas conjuntas de defesa aérea com a força aérea síria; TV estatal diz que ataque causou ‘danos materiais’
Jatos israelenses realizaram ataques aéreos contra alvos perto da capital síria de Damasco na manhã de segunda-feira, informou a TV estatal síria.
O grupo pró-oposição, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, disse que os alvos do ataque foram posições do Hezbollah, postos avançados e depósitos de armas, a nordeste de Damasco.
Os supostos ataques foram os primeiros desde que a Rússia anunciou na semana passada que estava realizando patrulhas militares conjuntas com a força aérea síria no espaço aéreo ao longo das fronteiras da Síria, inclusive na área das Colinas de Golã.
A mídia estatal síria SANA disse que os ataques causaram “danos materiais”, mas não deu mais detalhes. Os ataques aéreos israelenses geralmente visam carregamentos de armas do Irã para seus representantes na Síria e no Líbano, principalmente a milícia terrorista do Hezbollah.
Não houve relatos oficiais de vítimas, mas o Observatório Sírio, com sede no Reino Unido, disse suspeitar que houvesse algumas, sem oferecer um número preciso ou suas nacionalidades.
De acordo com a SANA, os mísseis israelenses foram disparados aproximadamente às 3 da manhã de aeronaves voando perto de Beirute.
O relatório da SANA disse que as defesas aéreas dos militares sírios foram ativadas em resposta ao ataque. A emissora estatal alegou que vários dos mísseis recebidos foram interceptados, mas os analistas geralmente descartam tais alegações – ouvidas após quase todos os ataques aéreos israelenses – como falsas e vazias.
Israel realizou centenas de ataques a alvos dentro da Síria controlada pelo governo ao longo dos anos, mas raramente reconhece ou discute operações específicas. Muitos dos ataques no passado tiveram como alvo o principal aeroporto da capital Damasco, através do qual acredita-se que o Irã transfira armas avançadas para seus representantes.
Israel reconheceu que tem como alvo as bases das forças iranianas e grupos terroristas aliados ao Irã, particularmente ao longo da fronteira de Golã, como o Hezbollah do Líbano, que tem combatentes posicionados no sul da Síria. Ele diz que também ataca carregamentos de armas que se acredita serem destinados a esses grupos.
O Hezbollah está lutando ao lado das forças do presidente sírio, Bashar Assad, na guerra civil de uma década.
Em dezembro, Israel teria realizado dois ataques de alto nível no porto sírio de Latakia.
Na semana passada, a Rússia realizou uma patrulha aérea conjunta com a força aérea síria ao longo da fronteira com Israel, provocando especulações de que Israel estaria mais hesitante em atacar a Síria.
Após a patrulha, o Ynet informou que oficiais militares israelenses estavam conversando com oficiais do exército russo para acalmar as tensões.
De acordo com o relatório, as autoridades israelenses estavam lutando para entender por que a Rússia, que anunciou que tais patrulhas conjuntas deveriam ser uma ocorrência regular no futuro, aparentemente mudou sua política em relação a Israel.
A reportagem alegou, sem citar uma fonte, que Israel pode limitar sua campanha aérea na Síria como resultado da ação da Rússia, mesmo após o término das discussões.