Arábia Saudita se aproximando do acordo de paz com Israel para obter arma nuclear

Compartilhe

Israel concordou com a ideia de os EUA construírem uma instalação de enriquecimento de urânio na Arábia Saudita como parte de um acordo que permitiria a Riad estabelecer laços diplomáticos com Jerusalém de acordo com o Wall Street Journal.

O jornal noticiou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, instruiu altos funcionários nucleares e de segurança a cooperarem com Washington nesta questão. O progresso ocorreu depois que Netanyahu se encontrou com o presidente dos EUA, Joe Biden, à margem da sessão da Assembleia Geral da ONU na quarta-feira, disse o WSJ na quinta-feira, citando fontes israelenses e americanas.

Acredita-se que Israel seja a única nação com capacidade nuclear no Médio Oriente, mas nunca confirmou o seu estatuto como tal. De acordo com responsáveis ​​citados pelo WSJ, o país aceitaria que Riade acolhesse uma central de enriquecimento de urânio controlada pelos EUA.

A instalação proposta provavelmente teria medidas de contingência em vigor para que pudesse ser desativada remotamente em caso de crise, sugeriu o jornal.

Os opositores do potencial acordo alegaram que aumentaria o risco de proliferação nuclear. O Boletim dos Cientistas Atómicos, famoso pelo seu “Relógio do Juízo Final”, que marca o tempo que supostamente resta até à aniquilação da humanidade, alertou no mês passado contra o plano, depois de inicialmente terem surgido relatórios nos meios de comunicação social dos EUA.

“Há indícios de que tal acordo poderá ter mais a ver com manter os sauditas fora da órbita da China”, afirmou o Boletim. Criticou a Casa Branca por fazer lobby no Congresso para aceitar o que descreveu como “exigências” do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman.

O poderoso descendente saudita declarou publicamente que a sua nação procuraria uma arma nuclear se o rival regional Irão a obtivesse. Ele reiterou essa posição esta semana durante uma entrevista à Fox News.

“Se eles conseguirem uma, nós temos que conseguir uma”, disse Bin Salman ao jornalista Bret Baier, depois de sugerir que o desenvolvimento de capacidades de armas nucleares seria uma má política porque não poderiam ser utilizadas sem antagonizar o mundo inteiro.

Irã negou ter ambições de uma bomba nuclear e a sua liderança classificou as armas de destruição maciça como “não-islâmicas”.

Os céticos em relação ao governo saudita argumentaram que este poderia criar preventivamente uma arma nuclear. Existe também o risco de radicais chegarem ao poder no reino a longo prazo, segundo especialistas citados pelo WSJ.

O jornal acrescentou que a administração Biden ainda não aprovou o plano proposto envolvendo a Arábia Saudita e Israel e está a considerar outras opções.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

www.clmbrasil.com.br