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Alemanha e aliados da OTAN autorizam Ucrânia a usar armas ocidentais de longo alcance contra alvos na Rússia gera revolta no Kremlin

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Em uma mudança significativa na postura ocidental, o governo alemão, por meio de declarações do seu líder, Friedrich Merz, confirmou que as restrições ao uso de mísseis de longo alcance fornecidos à Ucrânia foram suspensas. Anteriormente, o armamento cedido por Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha só podia ser empregado contra alvos militares russos dentro do território ucraniano ocupado.

Friedrich Merz, durante um fórum europeu organizado pela emissora alemã WDR, afirmou: “Não há mais restrições quanto à gama de armas entregues à Ucrânia, nem pelo Reino Unido, nem pela França, nem por nós. Também não há restrições por parte dos EUA.” Em seguida, Merz complementou em sua conta no X: “A Ucrânia agora também pode se defender atacando posições militares na Rússia.” Ele destacou que essa capacidade fará uma “diferença decisiva na guerra da Ucrânia”.


A decisão marca uma evolução na estratégia de apoio militar à Ucrânia. Merz, que já havia indicado abertura para o envio de mísseis de cruzeiro de longo alcance Taurus para a Ucrânia, um ponto de relutância do chanceler anterior, Olaf Scholz, agora lidera uma nova fase.

Além disso, Merz anunciou que a Alemanha deixará de divulgar detalhes da ajuda militar à Ucrânia. A medida visa criar uma “ambiguidade estratégica” e impedir que a Rússia obtenha vantagens. “Sob minha liderança, o debate sobre entregas de armas, calibre, sistemas de armas e assim por diante será retirado dos olhos do público”, disse Merz a veículos de imprensa durante uma visita a Kiev em 10 de maio.

Historicamente, o governo alemão publicava a ajuda militar de forma esporádica até ser pressionado por políticos e pela mídia a divulgar listas mais detalhadas.

Reação do Kremlin

A decisão de quatro países da OTAN de suspender as restrições ao fornecimento de armas a Kiev é potencialmente perigosa e vai contra os esforços para resolver o conflito russo-ucraniano, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na segunda-feira.

“Essas decisões, se forem tomadas, vão totalmente contra nossas aspirações de chegar a um acordo político e aos esforços atualmente feitos dentro da estrutura do acordo”, disse ele ao jornalista da Life, Alexander Yunashev. “É uma decisão muito perigosa”, resumiu.


Merz Critica Ofensiva de Israel em Gaza

Durante o mesmo fórum, Friedrich Merz também abordou o conflito em Gaza, manifestando-se criticamente sobre a nova ofensiva militar de Israel. “O que o exército israelense está fazendo agora em Gaza – eu não entendo, para dizer isso abertamente”, declarou.

Ele acrescentou que “prejudicar a população civil na medida em que isso tem ocorrido cada vez mais nos últimos dias não pode mais ser justificado pela luta contra o terrorismo do Hamas”. Merz afirmou que pretende ligar para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, esta semana, para dizer a ele para “não exagerar”. No entanto, ele ressaltou que, por “razões históricas”, a Alemanha sempre será mais cautelosa em suas críticas do que outros aliados europeus.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy deve se encontrar com Merz em Berlim na quarta-feira, conforme fontes da Reuters.

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