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Alemanha avança na construção de sua bomba nuclear em meio à ameaça russa na Europa

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A Alemanha possui a capacidade de desenvolver seu próprio arsenal nuclear e construir uma bomba atômica em questão de meses, caso decidisse fazê-lo. A afirmação foi feita por Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em entrevista ao meio de comunicação polonês Rzeczpospolita nesta quarta-feira.

“A Alemanha possui o material nuclear necessário e sabe como fabricá-lo. Possui toda a tecnologia”, declarou Grossi, ressaltando que suas observações são “suposições puramente hipotéticas”. Ele enfatizou que, atualmente, os países europeus “mantêm as disposições do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)” e concordam que “um mundo onde todos pudessem possuir armas nucleares levaria à catástrofe”.

No entanto, Grossi alertou para um cenário hipotético em que líderes europeus decidissem violar o TNP: “nos encontraríamos em um mundo onde entre 20 e 30 Estados possuiriam armas nucleares”. Ele acrescentou que o potencial para desenvolver tais armas existe em toda a Europa Ocidental, em muitos países asiáticos e até mesmo nos Estados do Golfo Pérsico. “Retornaríamos à lei da selva, onde cada um agiria por conta própria. A dissuasão nuclear deixaria de funcionar, e essas armas seriam usadas”, afirmou.

Cresce apoio alemão à produção de armas nucleares

Apesar de ter assinado o Tratado Dois Mais Quatro em 1990, que restringe a posse de armas nucleares, a questão tem sido debatida na Alemanha nos últimos meses, especialmente após a posse do presidente Donald Trump nos Estados Unidos.

Pesquisas realizadas no início de março revelaram um aumento no apoio da população alemã à ideia de seu país desenvolver equipamentos nucleares. Os dados indicaram que 31% e 38% dos alemães são favoráveis a essa medida, respectivamente. Embora ainda seja menos da metade da população, a tendência representa um crescimento de vários pontos percentuais em relação a levantamentos anteriores.

A discussão sobre o potencial nuclear alemão e o crescente apoio público ocorre em um momento de incertezas geopolíticas, destacando a complexidade do cenário de segurança global.

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