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Judeus intensificam esforços para a construção do Terceiro Templo em meio a um cenário profético do Fim dos Tempos

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A construção de um Terceiro Templo Judaico em Jerusalém, no Monte do Templo, é uma crença central para alguns grupos judaicos, que a veem como um passo crucial para o início da Era Messiânica e o cumprimento de profecias bíblicas. No entanto, o local, que atualmente abriga o Domo da Rocha, um santuário islâmico, é um dos mais sagrados e disputados do mundo, tornando a questão extremamente delicada e complexa.

O significado do Terceiro Templo e a peparação

Para os judeus, o Monte do Templo tem um profundo significado histórico, sendo o local dos antigos Primeiro e Segundo Templos. Acreditam que a reconstrução do Templo permitiria o renascimento de práticas judaicas que não são realizadas desde a destruição do Segundo Templo em 70 d.C. Organizações como o Instituto do Templo estão ativamente envolvidas nos preparativos, pesquisando tradições, produzindo itens rituais e treinando sacerdotes (Kohanim) para futuros serviços.

A importância das novilhas vermelhas

Um dos obstáculos cruciais para a reconstrução do Templo é a obtenção das cinzas de uma novilha vermelha imaculada, essenciais para a purificação ritual dos sacerdotes, conforme descrito na Bíblia (Números 19:2). A exigência é rigorosa: a novilha deve ser totalmente vermelha, sem qualquer mancha ou pelo de outra cor, e nunca ter sido usada para trabalho. Recentemente, a atenção tem se voltado para cinco novilhas vermelhas trazidas do Texas para Israel em 2022, que estão se aproximando da idade em que podem ser sacrificadas.

Novilhas vermelhas importadas dos EUA se alimentam em uma fazenda em Hamadia, Israel, perto da cidade de Beit Shean, no norte, em abril de 2023. AFP.
O Terceiro Templo no conflito israelense-palestino

A questão do Terceiro Templo está intrinsecamente ligada ao conflito israelense-palestino. Após a captura de Jerusalém Oriental por Israel na Guerra dos Seis Dias em 1967, Israel permitiu que as autoridades islâmicas continuassem a administrar os locais religiosos no Monte do Templo. Sob o acordo de “status quo”, muçulmanos podem adorar livremente no local, enquanto judeus são proibidos de orar lá. Essa regra, no entanto, é frequentemente violada, gerando tensões e, por vezes, violência.

A anexação formal de Jerusalém Oriental por Israel em 1980 foi rejeitada pelos palestinos, que veem a área como a capital de seu futuro estado. Para muitos palestinos, a presença israelense no Monte do Templo representa uma ocupação contínua, enquanto muitos israelenses consideram Jerusalém sua “capital eterna e indivisível”, dificultando ainda mais qualquer resolução política.

Indícios e implicações para a construção do Terceiro Templo

Há relatos de que o Waqf, a autoridade islâmica que supervisiona o Monte do Templo, tem realizado escavações e descartado vestígios antigos do Templo Judaico, o que é visto por alguns como uma desconsideração pela história judaica do local. Além disso, o Waqf, em colaboração com a polícia israelense, tem restringido o acesso e a adoração de judeus e cristãos no Monte.

Maquete do Terceiro Templo. Site do Terceiro Templo.

A construção do Terceiro Templo é vista como um “dever sagrado” por judeus ultraortodoxos. Figuras políticas, como o membro do Knesset Yitzhak Pindrus, do partido ultranacionalista Judaísmo Unido da Torá, têm defendido abertamente a construção do Templo no local da Mesquita de Al-Aqsa, o que é altamente inflamatório.

Alguns grupos religiosos interpretam profecias bíblicas, como a que o bispo Alan DiDio mencionou, de que o Templo será dedicado durante um período de tribulação, quando o Anticristo se manifestar. Essa perspectiva adiciona uma camada de urgência e interpretação escatológica à já complexa questão.

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