Tempestade geomagnética traz o raro brilho da aurora boreal para a maior parte dos EUA
Uma intensa tempestade geomagnética de nível G4 — a segunda mais alta na escala da NOAA — trouxe nesta semana o espetáculo da aurora boreal para uma vasta área dos Estados Unidos. O fenômeno, que costuma se restringir a latitudes mais altas, coloriu o céu com tons vibrantes de verde e rosa, sendo visível em estados que se estenderam de Washington a Nova York, e até mesmo em regiões mais ao sul, como Flórida e Alabama, um evento que sublinha a severidade das recentes atividades solares.
O coordenador de serviços do Centro de Previsão do Clima Espacial (SWPC) da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), Shawn Dahl, confirmou que a alta atividade foi resultado de Ejeções de Massa Coronal (EMCs).
Essas são explosões massivas de plasma e campo magnético na atmosfera externa do Sol que atingiram a Terra na terça-feira. Dahl destacou que a tempestade resultante foi “a atividade mais energética e intensa que vimos no espaço”, impulsionada por um campo magnético que estava oito vezes mais forte que o normal.

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Trevor Hughes/USA TODAY Network via Reuters
Impactos e previsões
Embora proporcione um espetáculo visual, a interação dessas partículas solares carregadas com o campo magnético da Terra (o que define uma tempestade geomagnética) também tem o potencial de interferir em tecnologias críticas, incluindo satélites, GPS, comunicações de rádio e até mesmo a rede elétrica.
O SWPC prevê que a aurora boreal pode permanecer visível “em grande parte da metade norte do país, e talvez até o sul do Alabama, chegando ao norte da Califórnia”. Observadores no Reino Unido também foram alertados sobre a possível visibilidade do fenômeno.

Como e por que a aurora ocorreu
A ocorrência mais frequente e intensa de auroras boreais nos EUA se deve ao fato de o Sol estar se aproximando do máximo solar, o pico de seu ciclo de 11 anos. Esse período de atividade máxima aumenta o número de erupções solares (EMCs), elevando o fluxo de partículas eletricamente carregadas, conhecido como vento solar, em direção à Terra.

Frank Becerra Jr./USA TODAY Network via Reuters
Quando essas partículas colidem com os gases da atmosfera terrestre, elas emitem luz em diversos comprimentos de onda, criando o fascinante espetáculo colorido. Para quem deseja tentar observar a aurora, a NOAA recomenda se afastar da poluição luminosa e procurar o céu noturno, idealmente entre 22h e 2h da manhã, horário local.


