Rússia pode atacar a OTAN a curto prazo e em grande escala, alerta general da Alemanha
Um alto oficial militar alemão responsável pelo planejamento de defesa da Alemanha emitiu um alerta sério sobre a crescente ameaça russa à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), sugerindo que a Rússia tem capacidade para realizar um ataque limitado contra o território da aliança “já amanhã” e um ataque muito maior até 2029. O aviso ocorre em meio ao intenso rearmamento de Moscou durante a guerra em curso na Ucrânia.
O tenente-general Alexander Sollfrank, chefe do comando de operações conjuntas da Alemanha, declarou à agência Reuters que, embora a Rússia esteja profundamente engajada no conflito ucraniano, ela pode lançar um ataque em pequena escala e regionalmente limitado a qualquer momento.
“Se analisarmos as capacidades e o poder de combate atuais da Rússia, podemos afirmar que ela poderia iniciar um ataque em pequena escala contra o território da OTAN já amanhã”, disse Sollfrank. Ele ressaltou, porém, que a decisão de agir dependerá da postura e da dissuasão dos aliados ocidentais.
Escalada de tensão e Artigo 5
As tensões entre a Rússia e a OTAN aumentaram drasticamente desde a invasão russa da Ucrânia, elevando o risco de um confronto direto e catastrófico, que poderia envolver armas nucleares.
De acordo com o Artigo 5 da OTAN, um ataque contra um membro é considerado um ataque contra todos, o que arrastaria toda a aliança — incluindo os Estados Unidos — para uma guerra.
Embora Moscou negue a intenção de atacar a OTAN, aliados ocidentais acusam o Kremlin de realizar uma “guerra híbrida” por meio de ciberataques, sabotagem, incursões no espaço aéreo e outras táticas.
Rearme e prazos
O alerta do general alemão vai além de um ataque imediato. Sollfrank afirmou que, caso a Rússia mantenha seu atual programa de rearmamento, ela poderia estar apta a lançar um ataque em larga escala contra a aliança de 32 membros já em 2029.
O oficial militar reconheceu os reveses russos na Ucrânia, mas destacou que:
A força aérea russa e suas capacidades de mísseis e nucleares permanecem substanciais e intactas.
A Rússia visa aumentar o número total de tropas para 1,5 milhão de soldados e tem tanques de batalha suficientes para viabilizar um ataque limitado.
Reações da OTAN e da Rússia
Os membros da OTAN têm respondido ao aumento da ameaça russa com novos compromissos de gastos com defesa. A aliança anunciou em agosto que 31 dos seus 32 membros cumpriram a meta de investir 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa este ano, um aumento significativo.
Em contraste, a Rússia nega qualquer intenção hostil. O Presidente Vladimir Putin justificou a invasão da Ucrânia como uma “reação defensiva” à expansão da OTAN. Em outubro, Putin alertou:
“Estamos acompanhando de perto a crescente militarização da Europa. […] Creio que ninguém duvida que tais medidas forçarão a Rússia a agir, e as contramedidas russas não tardarão a chegar.”
A situação é ainda mais tensa com a sinalização de que a Rússia e os Estados Unidos podem retomar os testes nucleares e retirar-se dos tratados restantes de controle de armas.


