PF cumpre 52 mandados em ação que mira desvios no INSS e senador vice-líder do governo Lula

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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um sofisticado esquema de desvios em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre os principais alvos das buscas está o senador Weverton Rocha (PDT), atual vice-líder do governo no Senado Federal. A ofensiva, realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), baseia-se em informações obtidas pela TV Globo e foca na desarticulação de uma rede criminosa que teria causado prejuízos bilionários aos cofres públicos.

Nesta nova etapa, a PF busca consolidar provas sobre crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, formação de organização criminosa e estelionato previdenciário. Ao todo, o Supremo Tribunal Federal (STF) expediu 52 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão preventiva, distribuídos pelo Distrito Federal e outros seis estados: São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão. Entre os detidos nesta manhã está Romeu Carvalho Antunes, filho do empresário conhecido como “Careca do INSS”, que já se encontra sob custódia desde setembro.

As investigações apontam uma proximidade entre o senador Weverton Rocha e Antônio Antunes, o “Careca”, apontado como peça central de um esquema que teria lesado cerca de quatro milhões de beneficiários, totalizando desvios de R$ 6 bilhões. Conforme apuração do jornal O Globo, o empresário frequentou a residência do parlamentar em Brasília e esteve presente em reuniões no Senado. Em sua defesa, Weverton confirmou os encontros, alegando que recebeu Antunes em seu gabinete para discutir pautas legislativas relacionadas à importação de cannabis medicinal, negando qualquer envolvimento com as irregularidades previdenciárias.

Impacto político e outros envolvidos

A operação atinge diretamente o núcleo de articulação política do Palácio do Planalto, uma vez que Weverton Rocha desempenha papéis cruciais, como a relatoria da indicação de Jorge Messias ao STF e a revisão da Lei do Impeachment. Além do senador, a PF mirou outras figuras da administração pública: Adroaldo Portal, secretário-executivo do Ministério da Previdência, foi afastado do cargo e cumprirá prisão domiciliar. Também foi alvo Éric Fidelis, filho de André Fidelis, ex-diretor de Benefícios do órgão que já havia sido preso em fases anteriores da investigação.

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