Países Bálticos preparam planos de evacuação em larga escala por medo de invasão militar russa
Diante dos enormes gastos militares da Rússia e do histórico de anexação (os Bálticos foram anexados por Moscou durante a Segunda Guerra Mundial), a Estônia, Letônia e Lituânia dobraram seus gastos com defesa e estão elaborando planos detalhados de proteção civil. O objetivo é se preparar para a possibilidade de centenas de milhares de pessoas fugirem em caso de um ataque ou escalada russa.
A preocupação é alimentada por repetidas agressões não militares, como ataques cibernéticos, campanhas de desinformação e incursões de caças e drones russos.
Cenários de Ameaça e Escala da Preparação
Autoridades, como Renatas Pozela, chefe do corpo de bombeiros da Lituânia, revelaram que os planos de contingência visam:
Invasão Rápida: O pior cenário é um ataque de um exército poderoso com o objetivo de tomar os três países em apenas três dias a uma semana.
Guerra Híbrida: Inclui sabotagem de comunicações, fluxos em massa de migrantes, agitação civil entre minorias de língua russa e notícias falsas que provoquem pânico e fugas.
O planejamento está sendo feito para um número muito maior do que os exercícios recentes, focando em cerca de 400.000 pessoas que vivem perto das fronteiras com a Rússia e Bielorrússia.
Logística e abrigos
As cidades estão se preparando para receber a população deslocada:
- Lituânia (Kaunas): Planeja abrigar 300.000 pessoas em escolas, universidades, igrejas e grandes arenas.
- Logística de Fuga: Foram designados pontos de encontro, trens e ônibus, e suprimentos como camas de caminhada e papel higiênico foram estocados.
- Rotas: Os civis em fuga de carro serão direcionados para estradas secundárias para garantir que as principais fiquem abertas para a chegada das forças militares aliadas.
- O planejamento é uma “mensagem muito reconfortante” para a sociedade, mostrando que os países fizeram sua parte na preparação, segundo o Ministro das Relações Exteriores da Lituânia.
Fuga além das fronteiras bálticas
Atualmente, não há planos detalhados para transferir civis para fora de seus respectivos países. A principal rota de conexão à OTAN, o Desfiladeiro de Suwalki (fronteira com a Polônia), é uma preocupação, pois veículos militares terão prioridade, e há o risco de a Rússia tentar isolar a área.
- A Estônia está preparando abrigos improvisados para um décimo de sua população (cerca de 140.000 pessoas).
- A Letônia estima que um terço de seus 1,9 milhão de habitantes pode precisar deixar suas casas.
