Outubro com frio incomum: a ciência revela a causa do recorde de baixas temperaturas no Brasil
O intenso resfriamento que atingiu a região Sudeste do Brasil em outubro de 2025 não é um evento isolado, mas sim uma consequência direta do fenômeno La Niña. De acordo com especialistas, o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, característico do La Niña, está por trás da alteração nos padrões de vento e chuva, favorecendo a chegada de frentes frias mais fortes e fora do período tradicional do inverno.
Essa onda de frio, considerada a mais gelada do ano em várias regiões, trouxe temperaturas atípicas para a época, com mínimas abaixo de $10 \text{ °C}$ em São Paulo e na Serra da Mantiqueira.
A permanência do La Niña e o que esperar
Apesar do frio mais severo começar a ceder gradualmente a partir desta quinta-feira, o padrão atmosférico permanece instável. A La Niña continua ativa e deve acelerar a chegada de novas frentes frias até o final da primavera. No entanto, a boa notícia é que a intensidade dos próximos episódios tende a ser mais branda, não devendo repetir o evento histórico atual.
Impactos regionais nas próximas semanas:
O atual comportamento anômalo do clima, impulsionado pelo La Niña, continuará a gerar padrões climáticos distintos pelo país:
- Sul e Sudeste: Manhãs caracterizadas por frio e tempo seco, com persistência de risco de geada em áreas serranas.
Centro-Oeste: Dias quentes, mas com noites frescas e baixa umidade do ar.
- Nordeste: Chuvas volumosas e persistentes, principalmente na Bahia, elevando o risco de alagamentos.
- Norte: Continua com seu padrão de calor e alta umidade, resultando em temporais isolados.
- Litoral: O Espírito Santo e o litoral paulista devem sentir a influência da umidade oceânica, com a ocorrência de chuvas leves.
O mecanismo do La Niña no Brasil
O fenômeno La Niña atua resfriando o Pacífico Equatorial, o que desorganiza as correntes atmosféricas. Essa interferência direta na distribuição de umidade e no comportamento das massas de ar resulta em um clima geralmente mais frio e seco no Centro-Sul do Brasil, ao passo que o Nordeste enfrenta chuvas mais intensas. Essa configuração explica a combinação de frio e temporais observada atipicamente em outubro.
O cenário só deve mudar de forma definitiva quando o La Niña começar a enfraquecer, marcando o fim desse prolongamento atípico de outono.


