Moraes pede manifestação da PGR sobre mensagens entre Aras e empresários

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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes enviou à PGR (Procuradoria-Geral da República), nesta segunda-feira (29), um pedido feito por senadores para que seja retirado o sigilo de mensagens que teriam sido trocadas entre o procurador-geral Augusto Aras e empresários investigados pela Polícia Federal. A PGR agora precisa se manifestar sobre a manutenção ou não do sigilo.

Na semana passada, por determinação de Moraes, a PF realizou uma operação contra empresários que participaram de um grupo de troca de mensagens no qual foi citada a possibilidade de golpe de Estado caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) perca a eleição neste ano. A operação foi autorizada com base em informações divulgadas pela imprensa.

Nesta segunda-feira Moraes retirou o sigilo do pedido da Polícia Federal para autorização ao cumprimento de mandados de busca e apreensão contra os empresários. No documento, a polícia aponta o receio de que os empresários pudessem usar influência para organizar atos antidemocráticos.

No documento, a PF ainda diz que existem indícios de que os empresários atuavam com o mesmo objetivo, de “atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização; gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos Poderes da República, além de outros crimes”.

“Mensagens de apoio a atos violentos, ruptura do Estado democrático de Direito, ataques ou ameaças contra pessoas politicamente expostas têm um grande potencial de propagação entre os apoiadores mais radicais da ideologia dita conservadora, principalmente considerando o ingrediente do poder econômico e político que envolvem as pessoas integrantes do grupo”, destaca o documento enviado pela PF ao STF.

Empresários se defendem

Na semana passada, os empresários lamentaram a operação e afirmaram que são vítimas de perseguição política e de denúncias falsas. Um dos alvos da ação, Luciano Hang, dono da rede de lojas de departamentos Havan, disse que as opiniões dos empresários não podem ser entendidas como crime.

“Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu nunca, em momento algum, falei sobre golpe ou sobre STF [Supremo Tribunal Federal]”, declarou.

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