Ministro de Israel acusa Lula de antissemitismo e o retrata como marionete do Irã; Jerusalém rebaixa relação com o Brasil
A crise diplomática entre Brasil e Israel atingiu um novo patamar, com as relações operando agora em um “nível baixo”. A escalada da tensão ocorre após o Brasil se recusar a aprovar o nome de Gali Dagan como novo embaixador israelense, levando Israel a retirar a indicação. O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que a falta de resposta do Brasil ao pedido de agrément — a aprovação diplomática — foi incomum.
Segundo o governo israelense, a relação se deteriorou desde o início da guerra entre Israel e Hamas, com a situação se agravando devido aos “comentários críticos e hostis” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ministro de Israel acusa Lula de antissemitismo
Em um ataque direto, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, usou as redes sociais para acusar Lula de ser um “antissemita declarado e apoiador do Hamas”. A manifestação de Katz foi acompanhada de uma imagem gerada por inteligência artificial, que retrata Lula como uma marionete de Ali Khamenei, líder supremo do Irã.
Katz relembrou que, quando era ministro das Relações Exteriores, declarou Lula “persona non grata” em Israel após o presidente brasileiro comparar a ofensiva em Gaza ao Holocausto. O ministro israelense criticou ainda a saída do Brasil da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto), afirmando que a decisão coloca o país “ao lado de regimes como o Irã”.
A declaração de Lula em fevereiro de 2024, na qual ele afirmou que “o que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”, gerou uma forte reação de Israel. A situação resultou na convocação do então embaixador brasileiro, Frederico Duque Estrada Meyer, para uma reunião e uma visita ao Museu do Holocausto de Jerusalém, um ato considerado por Brasília como um constrangimento diplomático.


