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Lula diz que se Trump cumprir a ameaça de taxar os produtos do Brasil “terá volta”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (30) que, se os Estados Unidos impuserem taxas ao Brasil, haverá reciprocidade.

“Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil em taxar os produtos que são importados dos EUA”, declarou Lula.

A declaração de Lula faz referência a uma situação envolvendo a Colômbia, que se recusou a receber deportados dos Estados Unidos nesta semana, causando atrito com o governo americano, que ameaçou taxar em 25% os produtos vindos do país latino-americano.

“Ele só tem que respeitar a soberania dos outros países. Ele foi eleito para governar os EUA. Outros presidentes foram eleitos para governar outros países”, continuou Lula.

O retorno de Donald Trump à presidência dos EUA é um tema delicado para o governo brasileiro, já que os líderes têm visões e posições opostas.

Lula busca estabelecer uma relação pragmática com Trump, especialmente em questões ambientais.

Na terça-feira (28), Lula se reuniu com ministros, representantes da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Federal para discutir a deportação de cidadãos brasileiros pelos Estados Unidos, que gerou atrito entre os dois países.

A orientação dentro do governo foi para evitar atritos com o presidente recém-empossado dos EUA.

Lula não quer se indispor com um país parceiro histórico do Brasil, especialmente no início do mandato nos EUA.

O encontro, realizado no Palácio do Planalto, ocorreu após o desembarque em Manaus (AM) de um grupo de 88 brasileiros deportados, transportados algemados e acorrentados.

Isso levou o governo brasileiro a pedir a retirada das algemas e a enviar um avião da Força Aérea Brasileira para concluir o transporte dos deportados.

Lula x Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (30) que não há planos de conversar diretamente com o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Trump foi eleito em novembro e tomou posse no último dia 20. O governo brasileiro reconheceu a vitória em comunicados públicos, mas Lula não seguiu a praxe de telefonar para o político eleito e indicou que não pretende fazê-lo.

“Não há nenhum interesse agora, acho que nem meu, nem dele. Essas conversas só acontecem quando você tem interesse, quando tem alguma coisa para tratar. Eu mandei uma carta para o governo americano dando os parabéns pela vitória, e é isso”, disse Lula.

“Se a gente não tiver oportunidade de se encontrar, porque ele não participa dos Brics… Se eu for convidado para o G7, a gente tem chance de se encontrar. Se não, a gente vai se encontrar na ONU – se ele não desistir da ONU também”, ironizou.

“Obviamente, eu acho que esse negócio de descumprir o Acordo de Paris, que não vai dar dinheiro à OMS é uma regressão à civilização humana”, completou.

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