Judeus intensificam esforços para a construção do Terceiro Templo em meio a um cenário profético do Fim dos Tempos
A construção de um Terceiro Templo Judaico em Jerusalém, no Monte do Templo, é uma crença central para alguns grupos judaicos, que a veem como um passo crucial para o início da Era Messiânica e o cumprimento de profecias bíblicas. No entanto, o local, que atualmente abriga o Domo da Rocha, um santuário islâmico, é um dos mais sagrados e disputados do mundo, tornando a questão extremamente delicada e complexa.
O significado do Terceiro Templo e a peparação
Para os judeus, o Monte do Templo tem um profundo significado histórico, sendo o local dos antigos Primeiro e Segundo Templos. Acreditam que a reconstrução do Templo permitiria o renascimento de práticas judaicas que não são realizadas desde a destruição do Segundo Templo em 70 d.C. Organizações como o Instituto do Templo estão ativamente envolvidas nos preparativos, pesquisando tradições, produzindo itens rituais e treinando sacerdotes (Kohanim) para futuros serviços.
A importância das novilhas vermelhas
Um dos obstáculos cruciais para a reconstrução do Templo é a obtenção das cinzas de uma novilha vermelha imaculada, essenciais para a purificação ritual dos sacerdotes, conforme descrito na Bíblia (Números 19:2). A exigência é rigorosa: a novilha deve ser totalmente vermelha, sem qualquer mancha ou pelo de outra cor, e nunca ter sido usada para trabalho. Recentemente, a atenção tem se voltado para cinco novilhas vermelhas trazidas do Texas para Israel em 2022, que estão se aproximando da idade em que podem ser sacrificadas.

O Terceiro Templo no conflito israelense-palestino
A questão do Terceiro Templo está intrinsecamente ligada ao conflito israelense-palestino. Após a captura de Jerusalém Oriental por Israel na Guerra dos Seis Dias em 1967, Israel permitiu que as autoridades islâmicas continuassem a administrar os locais religiosos no Monte do Templo. Sob o acordo de “status quo”, muçulmanos podem adorar livremente no local, enquanto judeus são proibidos de orar lá. Essa regra, no entanto, é frequentemente violada, gerando tensões e, por vezes, violência.
A anexação formal de Jerusalém Oriental por Israel em 1980 foi rejeitada pelos palestinos, que veem a área como a capital de seu futuro estado. Para muitos palestinos, a presença israelense no Monte do Templo representa uma ocupação contínua, enquanto muitos israelenses consideram Jerusalém sua “capital eterna e indivisível”, dificultando ainda mais qualquer resolução política.
Indícios e implicações para a construção do Terceiro Templo
Há relatos de que o Waqf, a autoridade islâmica que supervisiona o Monte do Templo, tem realizado escavações e descartado vestígios antigos do Templo Judaico, o que é visto por alguns como uma desconsideração pela história judaica do local. Além disso, o Waqf, em colaboração com a polícia israelense, tem restringido o acesso e a adoração de judeus e cristãos no Monte.

A construção do Terceiro Templo é vista como um “dever sagrado” por judeus ultraortodoxos. Figuras políticas, como o membro do Knesset Yitzhak Pindrus, do partido ultranacionalista Judaísmo Unido da Torá, têm defendido abertamente a construção do Templo no local da Mesquita de Al-Aqsa, o que é altamente inflamatório.
Alguns grupos religiosos interpretam profecias bíblicas, como a que o bispo Alan DiDio mencionou, de que o Templo será dedicado durante um período de tribulação, quando o Anticristo se manifestar. Essa perspectiva adiciona uma camada de urgência e interpretação escatológica à já complexa questão.
