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Israel lança ataque em grande escala ao Irã, alvejando instalações nucleares iranianas e matando vários líderes de alto escalão; vídeos

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Após décadas de alertas e preparativos para conter o programa nuclear iraniano, Israel deflagrou uma vasta ofensiva militar contra o Irã na manhã de sexta-feira. A operação, batizada de “Leão Ascendente”, teve como alvos instalações nucleares, bases militares, depósitos de mísseis e líderes de alto escalão da República Islâmica.

Jerusalém classificou a ação como um “ataque preciso e preventivo”, alegando uma ameaça iminente do programa nuclear iraniano e declarando estado de emergência nacional. Enquanto cidadãos israelenses se preparavam para possíveis retaliações, autoridades de alto escalão em Tel Aviv alertaram sobre a possibilidade de um conflito prolongado, reconhecendo que Teerã possui a capacidade de causar sofrimento significativo a Israel.

As ondas de ataques israelenses foram relatadas em diversas regiões do Irã, começando por volta das 3h da manhã e se estendendo por várias horas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e os militares israelenses confirmaram que a operação mirava o programa nuclear iraniano – avaliado como tendo urânio enriquecido suficiente para a construção de 15 bombas nucleares – assim como suas fábricas de mísseis balísticos e capacidades militares. Israel justificou a ação, afirmando que não teve outra escolha, pois o Irã estaria se aproximando do “ponto sem retorno” em sua busca por uma arma nuclear. “O regime iraniano vem trabalhando há décadas para obter uma arma nuclear. O mundo tentou todos os caminhos diplomáticos possíveis para impedir isso, mas o regime se recusou a parar”, declararam os militares em comunicado.

Baixas e alvos confirmados

Entre as baixas confirmadas nos ataques, está o comandante da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami. A agência de notícias iraniana Fars noticiou também a morte do chefe das Forças Armadas iranianas, Mohammad Bagheri. Jerusalém avalia que outros altos funcionários e cientistas nucleares de alto escalão também foram mortos.

Explosões foram reportadas em Natanz, local de uma importante instalação nuclear subterrânea, e na capital, Teerã, além de seus arredores. O primeiro-ministro Netanyahu e a televisão estatal iraniana confirmaram que Natanz foi um dos alvos principais, sendo atingida “várias vezes”, com imagens de fumaça densa emergindo do local. A agência de notícias IRNA também relatou mortes em Teerã, após edifícios residenciais serem atingidos.

Paralelamente aos ataques aéreos da Força Aérea Israelense (IAF), o Mossad, agência de espionagem israelense, conduziu uma série de operações secretas de sabotagem “nas profundezas” do Irã, visando defesas aéreas e instalações de mísseis, conforme relatado por um alto funcionário israelense à CNN, citado pelo repórter Barak Ravid do Axios. Além de Hossein Salami, os cientistas nucleares Fereydoun Abbasi-Davani e Mohammad Mehdi Tehranchi tiveram suas mortes confirmadas pela TV estatal iraniana. Oficiais de defesa israelenses sugeriram que a probabilidade da morte de Bagheri e outros cientistas nucleares seniores estava “aumentando”, destacando a precisão do ataque inicial que neutralizou simultaneamente o Estado-Maior iraniano e cientistas nucleares.

Preparativos em Israel e reação internacional

A operação israelense, segundo autoridades militares, deve durar dias. As Forças de Defesa de Israel (IDF) estão se preparando para um intenso contra-ataque iraniano, mas afirmaram que “no final da operação, não haverá ameaça nuclear” da República Islâmica. Pouco antes das 3h, relatos de forte presença de jatos sobre o Iraque precederam o ataque. Sirenes soaram em todo o território israelense e alertas foram enviados aos celulares dos cidadãos, instruindo-os a permanecerem perto de áreas protegidas em antecipação à retaliação iraniana.

O Ministro da Defesa Israel Katz anunciou estado de emergência, enquanto Netanyahu convocava uma reunião de gabinete e Israel fechava seu espaço aéreo. As IDF informaram que dezenas de aeronaves participaram do “ataque inicial”, atingindo dezenas de alvos militares, incluindo instalações nucleares em várias regiões do Irã. O Major-General Rafi Milo, chefe do Comando da Frente Interna, alertou que sirenes soariam em grandes áreas de Israel quando o Irã iniciasse seu contra-ataque previsto. O Tenente-General Eyal Zamir, Chefe do Estado-Maior das IDF, disse que os militares estavam “mobilizando dezenas de milhares de soldados e se preparando em todas as fronteiras”, reconhecendo que o custo esperado seria “diferente do que estamos acostumados”, mas enfatizando que a operação foi preparada “há muito tempo”.

Na Cisjordânia, todas as cidades palestinas foram colocadas sob bloqueio até novo aviso, e no norte, as IDF mobilizaram tropas para defesa ou ataque, se necessário.

Em Washington, o presidente dos EUA, Donald Trump, deve convocar uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para discutir o ataque. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, enfatizou imediatamente após o início do ataque que Israel tomou “ações unilaterais contra o Irã”, e os EUA não estavam envolvidos. Ele alertou Teerã para não atacar os EUA em resposta, reiterando que a principal prioridade é proteger as forças americanas na região. Israel informou aos EUA que acreditava que a ação era necessária para sua autodefesa. O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, destacou que, embora Israel mantenha um diálogo contínuo com os EUA, a decisão de atacar o Irã foi independente.

Os ataques ocorrem poucos dias antes da próxima rodada de negociações entre EUA e Irã sobre o programa nuclear. A República Islâmica, que promete destruir Israel, alega que seu programa nuclear é para fins civis, mas enriquece urânio a até 60% – um nível sem fins civis e próximo do necessário para uma ogiva nuclear – e tem impedido inspetores internacionais de verificar suas instalações.

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