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Israel elimina Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária do Irã em ataque aéreo das IDF

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A televisão estatal iraniana confirmou nesta sexta-feira a morte do General Hossein Salami, líder da poderosa Guarda Revolucionária paramilitar, em ataques israelenses. A notícia representa um duro golpe para a liderança iraniana, que tem enfrentado uma série de reveses nos últimos 20 meses de conflito e instabilidade no Oriente Médio.

Perfil e atuação de Salami

Salami, de 65 anos, assumiu o comando da Guarda Revolucionária em 2019, nomeado pelo líder supremo aiatolá Ali Khamenei. Sua ascensão ocorreu após a saída dos EUAado acordo nuclear iraniano e a designação da Guarda como organização terrorista pelo então presidente Donald Trump. Com um histórico de retórica forte e ameaças contra os EUA e Israel, Salami foi uma figura central nas tensões regionais.

Ele ingressou na Guarda Revolucionária durante a guerra Irã-Iraque na década de 1980 e, antes de se tornar comandante, liderou a força aérea e atuou como vice-comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). Em 2016, Salami proferiu um discurso notório, afirmando que havia “terreno fértil” para a “aniquilação, a eliminação e o colapso do regime sionista”.

A Guarda Revolucionária e o cenário regional

Fundada após a Revolução Islâmica de 1979, a Guarda Revolucionária evoluiu de uma força de segurança interna para uma potência transnacional, apoiando aliados de Teerã em toda a região, incluindo Síria, Líbano e Iraque. A organização opera paralelamente às forças armadas iranianas e controla o arsenal de mísseis balísticos do Irã, que foi utilizado em ataques contra Israel em duas ocasiões durante a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

Escalada das tensões e retaliações

A morte de Salami segue um padrão de confrontos crescentes. Em 2020, após a morte do chefe da Força Quds, Qassem Soleimani, em um ataque de drones dos EUA, Salami prometeu retaliação contra comandantes americanos e israelenses. O Irã respondeu com mísseis balísticos contra bases iraquianas que abrigavam tropas americanas.

Mais recentemente, a guerra velada entre Israel e Irã intensificou-se para ataques diretos. Quando um ataque israelense matou sete membros da Guarda Revolucionária em um complexo diplomático sírio, Salami prometeu vingança. Semanas depois, ele ordenou uma operação sem precedentes, lançando mais de 300 drones e mísseis contra Israel, o que Israel afirmou ter interceptado em 99%.

Em outubro, Israel retaliou com ataques aéreos a instalações de fabricação de mísseis iranianas, enfraquecendo as defesas aéreas do país, o que pode ter facilitado os ataques que resultaram na morte de Salami.

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