Incêndios devastam o Pantanal e animais lutam para sobreviver em meio a onda de calor no Brasil; vídeo

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Em meio a uma onda de calor sem precedentes que atinge o Brasil, os incêndios não dão trégua há semanas à vegetação e aos animais do Pantanal, a maior área úmida do planeta e santuário da biodiversidade. 

Depois dos sangrentos incêndios de 2020, os animais voltam a ter problemas para sobreviver e lutam todos os dias para encontrar comida, perdendo aos poucos o seu habitat.

As imagens de panteras encurraladas pelo fogo e de jacarés, macacos ou cobras carbonizados alertam-nos para a gravidade da situação. 

Essa planície aluvial, reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO,  se estende  pela  Bolívia, Paraguai e Brasil, país que concentra 70% do bioma e parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

“A terra continua a ferver”

Uma das áreas mais afetadas é o Parque Estadual Encontro das Águas, no estado de Mato Grosso, e onde há a maior concentração de onças-pintadas do mundo. O Instituto Centro de Vida (ICV) estima que 32% da sua superfície foi devastada pelas chamas. 

Em vídeo, que circula nas redes sociais, o Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD) é visto diante de diversos animais que morreram direta ou indiretamente no incêndio.

As queimadas já consumiram mais de um milhão de hectares do Pantanal este ano, o triplo do registrado em 2022, segundo dados do Laboratório de Aplicações Ambientais por Satélites.

Somente nos primeiros 15 dias de novembro ocorreram 3.024 focos de incêndio , o pior registro desde o início da série histórica, em 2002.

“Mais uma vez temos um cemitério a céu aberto, mesmo onde o fogo já passou, a terra ainda ferve e há muito fumo no ar ”, alertou um membro do GRAD.

Ventos fortes, altas temperaturas e tempo seco fizeram com que o fogo atravessasse a rodovia Transpantaneira, de 150 quilômetros de extensão e conhecida por ser ponto turístico da região. As chamas o invadiram completamente e as pessoas tiveram que ser evacuadas das pousadas.

“ Não podemos aceitar que este tipo de cenas se tornem banais e comuns”, disse Gustavo Figueiroa, biólogo da ONG SOS Pantanal, que criticou que “a acção só é tomada quando a situação já está fora de controle”.

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