Hungria alerta que decisão de Macron de enviar tropas para Ucrânia pode desencadear a Terceira Guerra Mundial

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O ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, condenou as últimas observações do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a opção de enviar tropas para a Ucrânia, e alertou que tal medida poderia acabar por desencadear uma guerra nuclear total.

Falando à emissora francesa LCI na quinta-feira, Szijjarto foi questionado sobre a sua opinião sobre a nova ameaça de Macron de enviar tropas do seu país para apoiar Kiev. O diplomata condenou veementemente a ideia, dizendo que os próprios comentários do líder francês contribuíram para agravar a situação.

“Se um membro da OTAN enviar tropas terrestres, será um confronto direto OTAN-Rússia e então será a Terceira Guerra Mundial”, disse Szijjarto à emissora.

Macron fez novos comentários beligerantes numa entrevista ao The Economist publicada na quinta-feira, duplicando as declarações anteriores sobre a perspectiva de enviar tropas francesas para a Ucrânia.

O presidente disse que as suas observações originais, feitas no início deste ano, foram um “alerta estratégico para os meus homólogos”. Ele sugeriu que Paris poderia enviar tropas “se os russos rompessem as linhas de frente” e um pedido de ajuda veio de Kiev.

O principal diplomata da Hungria também criticou a ideia de Macron de que as armas nucleares da França poderiam tornar-se parte de uma “defesa europeia credível”.

“Em tempos de paz seria diferente, mas em tempos de guerra tais declarações podem ser mal interpretadas e ter consequências graves”, afirmou Szijjarto, alertando que, caso a situação se transforme numa guerra nuclear global, “estará acabado para todos”.

Falando à emissora húngara M1 no início do dia, o ministro também rejeitou o plano quinquenal de 100 mil milhões de euros (107 mil milhões de dólares) proposto pela NATO para um fundo de guerra para apoiar a Ucrânia, apresentado pelo secretário-geral Jens Stoltenberg, descrevendo-o como “loucura”.

“Nas próximas semanas, durante as negociações, lutaremos pelo direito da Hungria de se manter longe desta loucura, de recolher estes 100 mil milhões e de os desviar para fora da Europa”, afirmou Szijjarto.

A Hungria tem-se oposto consistentemente ao crescente envolvimento tanto da NATO liderada pelos EUA como da UE no conflito ucraniano, recusando-se a apoiar militarmente Kiev, nomeadamente através do envio de armamento ou do treino de tropas ucranianas.

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