Governo francês sofre grave ciberataque com roubo de arquivos confidenciais
O governo francês confirmou, nesta quarta-feira, que o Ministério do Interior foi alvo de um ataque cibernético em larga escala. Segundo o ministro Laurent Nuñez, a intrusão permitiu que criminosos acessassem contas de e-mail profissionais e consultassem bancos de dados sensíveis da polícia nacional.
A invasão ocorreu após hackers obterem códigos de acesso de funcionários, o que possibilitou a consulta ao Sistema de Processamento de Registros Criminais (TAJ) e ao Cadastro de Pessoas Procuradas (FPR).
Embora o número exato de documentos desviados ainda esteja sob apuração, Nuñez admitiu que “algumas dezenas de arquivos” podem ter sido extraídos dos sistemas governamentais.
“Ainda não sabemos a extensão total da violação”, afirmou o ministro em entrevista à Franceinfo. Ele ressaltou, porém, que a ação não coloca em risco a vida de cidadãos e que não houve pedidos de resgate.
Suspeito de 22 anos é detido por invasão aos sistemas do Ministério do Interior da França Um jovem de 22 anos foi preso sob a acusação de liderar o ataque cibernético contra os servidores de e-mail do Ministério do Interior francês. Segundo o Ministério Público, o suspeito, nascido em 2003, já é reincidente e havia sido condenado por crimes cibernéticos semelhantes no início deste ano.
Negligência interna e investigação
O ministro atribuiu o sucesso da invasão à negligência humana. Segundo ele, protocolos de segurança foram ignorados por alguns dos quase 300 mil servidores que atuam no ministério. “Basta que alguns indivíduos não respeitem as regras para comprometer o sistema”, lamentou.
A investigação oficial está sendo conduzida pelo Gabinete Francês de Combate ao Cibercrime (OFAC). Além do inquérito judicial para identificar os autores, uma auditoria administrativa foi aberta para apurar as responsabilidades internas.
Combate a desinformação
O governo também aproveitou para desmentir alegações de grupos hackers que circulavam na internet. Um desses grupos reivindicou o roubo de dados de mais de 16 milhões de pessoas.
“Isso é falso”, declarou Nuñez de forma categórica. O caso já foi reportado à Comissão Nacional de Informática e Liberdades (CNIL), órgão regulador de proteção de dados na França, conforme exigido pela legislação local.


