Funcionário do governo Trump se encontra com Bolsonaro
Um encontro entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e Ricardo Pita, conselheiro sênior do Departamento de Estado dos EUA para assuntos do Hemisfério Ocidental, gerou repercussão em Brasília. A reunião, ocorrida na segunda-feira (5), foi divulgada pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Segundo Eduardo Bolsonaro, Pita, que atuou no governo de Donald Trump, manifestou apoio a Jair Bolsonaro e prometeu levar suas preocupações sobre a democracia brasileira e os interesses dos EUA na região para Washington. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também participou do encontro.
A visita de Pita ocorreu em meio a expectativas de que a comitiva americana discutisse possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, Flávio Bolsonaro negou que esse tenha sido o tema da reunião. Ele afirmou que o encontro, com duração de pouco mais de 40 minutos, não abordou sanções contra “quem quer que seja”.
A expectativa inicial era que David Gamble, chefe interino de Coordenações de Sanções do Departamento de Estado, também participasse da reunião. No entanto, apenas Pita compareceu ao gabinete do senador.
Eduardo Bolsonaro, que tem pressionado por sanções contra Moraes, afirmou ter se reunido com membros do Departamento de Estado e da Casa Branca durante uma viagem recente a Washington. Ele interpretou a visita de Pita como um sinal de que o governo Trump considera a aplicação de sanções.
Por outro lado, um membro do governo Lula minimizou a importância do encontro, classificando Pita como um “sub” do Departamento de Estado e questionando seu poder de influenciar as relações bilaterais.
Eduardo Bolsonaro reside nos Estados Unidos desde março, onde tem atuado para pressionar o governo Trump a sancionar o ministro Moraes. Fontes ligadas a Bolsonaro afirmam que funcionários do governo Trump sinalizaram concordância com a aplicação de sanções, embora os nomes dos interlocutores não tenham sido divulgados.
O Departamento de Estado, por sua vez, informou que não comenta sobre possíveis ações de sanção.Fontes e conteúdo relacionado