Frente fria derruba calor e traz chuva intensa e risco de temporais em várias regiões do Brasil

A chegada de uma frente fria à costa do Sudeste nesta terça-feira (2) promete alterar drasticamente o clima em grande parte do Brasil, substituindo o calor intenso dos últimos dias por precipitações generalizadas e queda nas temperaturas. O sistema meteorológico, impulsionado pelo transporte de calor e umidade da Amazônia, deve formar um corredor de instabilidade sobre o país.

A frente fria começa a atuar no Sudeste e Centro-Oeste, espalhando áreas de chuva intensa por uma vasta porção do centro-sul.

• Regiões em alerta: O risco de temporais é elevado em São Paulo, boa parte de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso.

• Padrão de precipitação: A chuva será frequente, concentrando-se principalmente durante as tardes e noites, e esse padrão instável deve se manter até o final da primeira semana de dezembro.

• Deslocamento do sistema: Enquanto a chuva se concentra no Sudeste e Centro-Oeste no início da semana, a partir de sexta-feira, as precipitações mais intensas se deslocarão para o Centro-Oeste (Mato Grosso e Goiás), centro-norte de Minas Gerais, Espírito Santo, litoral do Nordeste e região Norte.

• Formação de tempestades: O choque entre o ar mais ameno trazido pela frente fria e a massa de ar quente anterior favorece a ocorrência de tempestades isoladas, acompanhadas de raios, ventos fortes e até granizo.

A chegada da frente fria provocará uma queda acentuada nas temperaturas nas principais cidades. Em São Paulo, a máxima de 35°C registrada na segunda-feira cairá para 24°C na quarta-feira, representando uma diferença de queda de 11°C. Em Campo Grande, a temperatura máxima de 34°C da segunda-feira será reduzida para 27°C na quarta-feira, uma queda de 7°C. Por fim, o Rio de Janeiro verá sua máxima cair de 34°C (registrada na segunda-feira) para 26°C na quinta-feira, o que significa uma diferença de 8°C a menos.

Previsão do tempo para dezembro: um mês de contrastes

O último mês do ano começa com um cenário oposto ao do final de novembro, com previsões de chuvas e temperaturas que tendem a ficar abaixo da média em boa parte do país. A formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) — uma extensa faixa de nuvens que causa instabilidade do Norte ao Sudeste — será um fator crucial para os volumes de chuva.

Sudeste e Centro-Oeste: temperaturas mais amenas e chuva acima da média

No Sudeste e Centro-Oeste, a tendência é de temperaturas abaixo da média em quase todos os estados, um reflexo da chuva frequente, da excessiva nebulosidade e da eventual presença de ar polar. Quanto à chuva, os volumes devem ficar acima da média, impulsionados pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e pelos corredores de umidade, sendo o maior volume no Centro-Oeste esperado para Goiás e Mato Grosso.

Norte: mais chuva

A região Norte deve registrar temperaturas médias um pouco abaixo do normal, especialmente em Tocantins, Pará e partes de Roraima e Rondônia. A precipitação também estará acima do padrão, com grande parte da região recebendo mais chuva do que o habitual, o que é favorecido pela atuação da ZCAS.

Nordeste: o calor persiste

O Nordeste se destaca como a única região com previsão de temperaturas acima da média na maior parte dos estados; áreas do sertão e do Piauí, por exemplo, podem registrar calor em torno de $40^\circ\text{C}$. O volume médio de chuva deve ficar dentro da média na maior parte do Nordeste, com exceção do centro-oeste da Bahia, Piauí, Maranhão e noroeste do Ceará, onde a precipitação pode superar o esperado.

Sul: volume abaixo da média e frio atípico

A região Sul terá temperaturas em geral um pouco abaixo da média no Paraná e em Santa Catarina, devido ao ar frio polar, embora o Rio Grande do Sul possa registrar ondas de calor e ter temperaturas acima da média. No entanto, o volume de chuva esperado para o mês deve ficar abaixo do normal em praticamente toda a região.