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Forte terremoto sacode o Afeganistão destrói aldeias e casas deixa mais de 800 mortos e milhares de feridos; vídeos

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Um devastador terremoto de magnitude 6.0 atingiu o leste do Afeganistão, deixando um rastro de destruição e luto. Segundo autoridades do Talibã, pelo menos 800 pessoas morreram e mais de 2839 ficaram feridas. O tremor ocorreu a apenas 27 quilômetros de Jalalabad, uma cidade próxima à fronteira com o Paquistão, na madrugada de segunda-feira, horário local.

Um cenário de destruição e dificuldade de resgate

A profundidade superficial do terremoto, de apenas 8 quilômetros, contribuiu para a sua alta capacidade destrutiva. A área, predominantemente montanhosa e de difícil acesso, dificulta as operações de resgate. As construções, feitas em grande parte de barro e madeira, colapsaram facilmente, soterrando famílias inteiras.

O porta-voz do Ministério da Saúde Pública do Afeganistão, Sharafat Zaman, destacou o desafio de obter um balanço preciso de vítimas e danos, mas confirmou que uma grande operação de resgate está em andamento. Imagens e vídeos da província de Kunar mostram equipes de busca e salvamento vasculhando escombros e feridos sendo transportados em macas para helicópteros, em uma corrida contra o tempo para salvar vidas.

Testemunhos de um pesadelo

Os sobreviventes relatam momentos de puro terror. Sadiqullah, que usa apenas um nome, conta que foi acordado por um estrondo ensurdecedor. Ele conseguiu salvar três de seus filhos, mas o telhado de sua casa desabou antes que pudesse resgatar o restante da família. Sua esposa e dois filhos faleceram, e ele e seu pai ficaram presos por horas sob os escombros até serem resgatados.

Sismos e vulnerabilidade do país

Desde o tremor inicial, pelo menos cinco tremores secundários, com magnitudes entre 4.5 e 5.2, foram registrados. Especialistas alertam que novos abalos podem continuar por dias. O Afeganistão está localizado sobre as placas tectônicas da Índia e da Eurásia, uma área de alta atividade sísmica, o que o torna especialmente vulnerável a terremotos. Em 2022 e 2023, o país foi palco de outros sismos devastadores que deixaram milhares de mortos.

A tragédia ocorre em um momento de profunda crise humanitária para o Afeganistão. Além dos anos de conflito, a nação enfrenta uma seca prolongada, o retorno de milhões de refugiados e uma grave escassez de alimentos. A Rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome, ligada à Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional, aponta que milhões de pessoas não têm recursos para estocar comida para o inverno.

Ajuda internacional em andamento

Diante da catástrofe, a comunidade internacional se mobiliza. O secretário-geral da ONU, António Guterres, informou que uma equipe da organização foi enviada para o Afeganistão. Diversas agências da ONU, como o Fundo para a Infância (UNICEF), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), estão fornecendo assistência emergencial.

Apesar da ajuda humanitária, o país continua a sofrer com a redução do apoio financeiro. Um relatório recente destacou que os Estados Unidos cancelaram cerca de US$ 1.7 bilhão em ajuda ao Afeganistão, o que agrava a já precária situação humanitária.

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