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Família Bolsonaro se une no PL para definir próximos passos no Congresso, após prisão de ex-presidente

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O Partido Liberal (PL) realiza uma reunião crucial nesta segunda-feira (24), em Brasília, para traçar a estratégia da oposição após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. O encontro, sediado na sede do partido, destaca-se pela forte presença do núcleo familiar de Bolsonaro.

A reunião conta com a presença de Michelle Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro, dos vereadores Carlos Bolsonaro e Jair Renan, além de Eduardo Torres (irmão de Michelle). Essa formação reforça a tentativa da família de preencher o vazio deixado pelo ex-presidente e retomar o controle da articulação política do bolsonarismo, buscando dar unidade ao discurso do grupo em meio a disputas internas por protagonismo. Aliados apontam que Michelle ou Flávio devem assumir o papel de porta-voz.

O debate sobre o 8 de Janeiro: anistia vs. dosimetria

A pauta principal do encontro envolve as estratégias legislativas relacionadas aos condenados pelos atos de 8 de janeiro:

  • Avanço da dosimetria: Dirigentes e deputados devem discutir a possibilidade de apoiar o projeto de dosimetria (redução de penas) relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Parte da bancada avalia que essa é a única forma de evitar que o tema seja engavetado, admitindo ser uma alternativa de sobrevivência política para fazer um movimento público em favor dos condenados após a prisão de Bolsonaro.
  • Tentativa de anistia: Também deve ser debatida a apresentação de um destaque para tentar retomar a proposta de anistia ampla (perdão total), embora haja ceticismo de que essa estratégia consiga o quórum necessário para aprovação no plenário (a bancada do PL tem pouco mais de 90 deputados). A ala mais dura do partido, contudo, segue pressionando o presidente da Câmara, Hugo Motta, pela anistia total.
    Resistência do centrão

    Apesar da mobilização do PL, a articulação enfrenta forte resistência do Centrão. Partidos como PP, União Brasil, Republicanos, PSD e MDB afirmam que não há clima político para votar medidas ligadas aos atos antidemocráticos, especialmente após a prisão de Bolsonaro. Líderes dessas siglas consideram que a pauta não tem “condições mínimas” de prosperar e seria vista como um enfrentamento direto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

    O resultado do encontro desta segunda-feira servirá de preparação para a reunião de líderes marcada para terça-feira, que será o primeiro teste real da capacidade do PL de reorganizar sua atuação no Congresso após o encarceramento de seu principal líder. O presidente da Câmara, Hugo Motta, mantém sua posição de só pautar o projeto se houver consenso no Colégio de Líderes.

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