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EUA planejam limitar a participação de autoridades brasileiras na Assembleia da ONU em nova investida do governo Trump

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O governo dos Estados Unidos, após revogar vistos de autoridades palestinas, pretende impor novas sanções a diversos países que participarão da Assembleia Geral da ONU em Nova York. Entre os alvos, segundo um memorando interno do Departamento de Estado citado pela Associated Press, está o Brasil, além de Irã, Sudão e Zimbábue.

As restrições planejadas visam limitar a mobilidade dos diplomatas e autoridades desses países. Uma das medidas seria a restrição de viagens para fora da cidade de Nova York, o que impediria contatos com outras autoridades americanas e a realização de reuniões bilaterais fora do estado. Embora a revogação de vistos não esteja descartada, o memorando sugere que essa medida não deve ser aplicada ao grupo de países mencionados.

A reportagem não especifica se o presidente Lula ou outros membros do governo brasileiro seriam afetados. Tradicionalmente, o presidente brasileiro é o primeiro a discursar na reunião. Além das restrições de viagem, há uma proposta para impedir que as autoridades façam compras em grandes lojas de atacado exclusivas para membros da ONU.

Motivações por trás das sanções

Essa iniciativa americana é vista como uma retaliação ao Brasil, especialmente após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados. No entanto, as motivações vão além da esfera econômica, incluindo aspectos políticos. A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo presidente americano, Donald Trump, que inclusive pediu o fim do julgamento de Bolsonaro no STF e impôs restrições a ministros da corte, é apontada como um fator relevante.

O Departamento de Estado também estaria analisando a criação de regras que imponham termos e condições para a adesão a clubes atacadistas por todos os diplomatas estrangeiros nos EUA.

Revogação de vistos palestinos e o acordo de sede da ONU

Em paralelo, o Departamento de Estado dos EUA confirmou a negação e revogação de vistos para membros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e da Autoridade Palestina. Isso impede que autoridades, incluindo o presidente Mahmoud Abbas, compareçam à Assembleia Geral da ONU em Nova York.

A justificativa americana para negar vistos se baseia em “segurança, terrorismo e política externa”, apesar do “acordo de sede” da ONU, que, em tese, proíbe os EUA de impedir o acesso de diplomatas e autoridades estrangeiras à organização. A decisão americana ocorre após sanções semelhantes impostas em julho contra membros da OLP e da Autoridade Palestina.

Um comunicado oficial, atribuído ao Secretário de Estado Marco Rubio, reforça o interesse da segurança nacional dos EUA em responsabilizar a OLP e a AP por não cumprirem compromissos e prejudicarem as perspectivas de paz. Os EUA exigem que esses grupos repudiem o terrorismo, incluindo os eventos de 7 de outubro, e acabem com o incitamento ao terrorismo na educação. A missão da Autoridade Palestina na ONU não seria incluída nessas restrições.

Essa ação do governo Trump ocorre em um contexto de forte apoio internacional, especialmente europeu, contra a incursão de Israel na Faixa de Gaza.

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