EUA autorizam maior pacote militar da história para Taiwan; China reage com fúria
O governo de Donald Trump autorizou, nesta quarta-feira, aquela que já é considerada a maior transação de material bélico dos Estados Unidos com Taiwan na história. O pacote, avaliado em aproximadamente US$ 11,1 bilhões, sinaliza que o recente período de estabilidade diplomática entre Washington e Pequim não arrefeceu o compromisso americano com a defesa da ilha.
A decisão ocorre em um momento de crescente pressão militar chinesa sobre Taipei, que tem intensificado seus pedidos de socorro bélico sob o amparo da Lei de Relações com Taiwan de 1979. O movimento reverte especulações anteriores de que a Casa Branca estaria usando o apoio à ilha como moeda de troca em negociações comerciais com o governo chinês.
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O novo arsenal aprovado foca em tecnologias de defesa assimétrica, projetadas para repelir uma eventual tentativa de invasão por mar ou ar. Entre os itens de maior destaque estão 82 sistemas HIMARS de foguetes de alta mobilidade e 60 obuseiros autopropulsados, além de um massivo contingente de mísseis antitanque, como os sistemas Javelin e BGM-71F. O pacote também inova ao incluir drones suicidas de última geração e um amplo suporte logístico para a frota aérea taiwanesa, garantindo a manutenção de caças F-16 e aeronaves de transporte. Para especialistas, esse reforço é vital diante das ordens de Xi Jinping para que o Exército de Libertação Popular esteja plenamente preparado para operações contra a ilha até o ano de 2027.
Reação enérgica e avisos de Pequim
A resposta da China foi imediata e carregada de advertências severas sobre as consequências da transação. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, afirmou que a venda de armas viola gravemente a soberania nacional e o princípio de “Uma Só China”, acusando os Estados Unidos de enviarem um sinal perigoso às forças separatistas de Taiwan. Pequim sustenta que a militarização da ilha com fundos públicos a transforma em um “barril de pólvora”, empurrando a região para um risco iminente de guerra. O governo chinês reiterou que a questão de Taiwan é a “primeira linha vermelha” que não deve ser cruzada e instou Washington a cessar imediatamente o armamento do território.
Gratidão de Taipei e estabilidade regional
Em contrapartida, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan manifestou profunda gratidão pelo apoio contínuo de Washington. O chanceler Lin Chia-lung destacou que o fornecimento de armas avançadas é fundamental para a manutenção da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan, permitindo que a ilha exerça seu direito de autodefesa. Enquanto Taipei celebra a garantia de sua integridade territorial, o cenário internacional observa com cautela o acirramento da retórica entre as duas superpotências, uma vez que a capacidade de Pequim de salvaguardar o que considera seu território nacional permanece como o ponto de maior fricção na geopolítica contemporânea.


