Ensaios clínicos revelam avanço surpreendente com nova vacina contra cânceres mortais

Uma nova vacina pronta para uso, chamada ELI-002 2P, está gerando entusiasmo na comunidade médica por seus resultados promissores no combate a cânceres de pâncreas e colorretal, doenças conhecidas pela alta taxa de recorrência. O tratamento, desenvolvido por pesquisadores norte-americanos, tem como alvo as mutações no gene KRAS, presentes em 93% dos casos de câncer de pâncreas e 50% dos colorretais.

Entenda como funciona a vacina

A ELI-002 2P atua diretamente nos gânglios linfáticos, treinando o sistema imunológico para reconhecer e atacar as células cancerígenas. A principal vantagem é que se trata de uma vacina “pronta para uso”, ou seja, não precisa ser personalizada para cada paciente, o que agiliza o processo de tratamento.

“Este é um avanço empolgante para pacientes com cânceres causados pelo KRAS, particularmente câncer de pâncreas, onde a recorrência após o tratamento padrão é quase certa e as terapias eficazes são limitadas”, afirmou o oncologista Zev Wainberg, da Universidade da Califórnia, um dos pesquisadores.

Resultados do estudo

O estudo clínico inicial envolveu 25 pacientes que já haviam passado por cirurgia para remover tumores de pâncreas e colorretal. Os resultados mostram uma resposta imunológica significativa:

• 84% dos pacientes desenvolveram células T específicas para combater as mutações do gene KRAS.
• 24% dos participantes tiveram os vestígios dos tumores completamente eliminados.
• A maioria dos pacientes com a resposta imunológica mais forte permaneceu livre da doença por uma média de quase 20 meses.

Wainberg destacou que os pacientes com forte resposta à vacina “sobreviveram por muito mais tempo do que o esperado”. As estatísticas mostram uma sobrevida livre de recorrência de 16,33 meses e uma sobrevida global de 28,94 meses, números impressionantes para tipos de câncer tão agressivos.

Os pesquisadores também observaram que a vacina pode ser útil para combater outros tipos de mutações, o que sugere um potencial ainda maior no tratamento do câncer no futuro. Novos ensaios clínicos serão realizados para avaliar completamente os riscos e benefícios do tratamento.