Drones não identificados invadem base nuclear da França e ativam disparos de alerta

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Tropas da Marinha Francesa abriram fogo contra drones não identificados que sobrevoavam uma base militar estratégica que abriga submarinos nucleares, na Bretanha. Este incidente marca o mais recente de uma série de avistamentos de drones sobre instalações sensíveis em toda a Europa, levantando preocupações sobre a crescente agressão.

Cinco drones foram detectados na noite de quinta-feira sobre a base de submarinos de Île Longue, um local militar crucial que abriga os submarinos de mísseis balísticos movidos a energia nuclear – uma peça fundamental da dissuasão nuclear francesa. De acordo com a Agence France-Presse (AFP), as tropas da Marinha responsáveis pela proteção do local abriram fogo, embora não esteja claro se os drones foram abatidos. As autoridades francesas ainda não se pronunciaram sobre a possível origem da incursão.

Onda de incursões pela Europa aumenta suspeitas

Esta violação se soma a uma crescente onda de avistamentos de drones em instalações militares e de produção de defesa na Bélgica, Alemanha, Dinamarca e Noruega nos últimos meses.

O incidente na França ocorreu dias após relatos de que quatro drones “de estilo militar” teriam violado zonas de exclusão aérea, voando em direção à rota de pouso do avião do presidente ucraniano Zelenskyy em Dublin. Uma fonte de inteligência britânica no combate a veículos aéreos não tripulados (VANTs) sugeriu que os drones que atingiram o avião de Zelenskyy foram provavelmente lançados de navios de carga no Mar da Irlanda.

Embora a autoria das incursões em ambos os incidentes permaneça desconhecida, a atividade de drones tem se tornado uma característica regular no contexto da agressão russa contra o Ocidente. Incursões recentes contra bases de treinamento da OTAN e instalações de produção na Bélgica teriam sido lançadas de navios de carga ligados à Rússia no Mar do Norte, segundo relatos.

Líderes europeus suspeitam de envolvimento russo

As incursões de drones na Europa têm alimentado temores de que a Rússia esteja se tornando cada vez mais ousada em sua agressão. A atividade de drones se expandiu em torno de bases militares como Ramstein, na Alemanha, e Mourmelon-le-Grand, na França, onde tropas ucranianas estão sendo treinadas.

O chanceler alemão Friedrich Merz manifestou abertamente as suspeitas europeias, declarando em outubro, após avistamentos de drones sobre instalações estratégicas no norte da Alemanha: “Suspeitamos que a Rússia esteja por trás da maioria desses voos de drones.”

As incursões de drones são consideradas uma ferramenta eficaz de guerra híbrida. Elas são difíceis de atribuir a um Estado e de baixo custo, mas causam grande incômodo ao resultar no cancelamento de voos, na interrupção de treinamentos militares e no pânico da população.

Martin Melia, ex-tenente-coronel do Exército Britânico com experiência em Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, afirmou que o uso de drones permite que os agressores mantenham distância, proporcionando um “certo grau de negação”, mas gerando um “efeito desproporcional” ao interromper infraestruturas críticas.

Relatos recentes sugerem que incursões na França, Alemanha e Noruega foram associadas a navios da chamada “frota paralela” – embarcações que ocultam sua propriedade para burlar regulamentações e que se acredita estarem operadas pelo Kremlin como plataformas de lançamento para os voos suspeitos.

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