Ciclone se intensifica e estende riscos de deslizamentos e alagamentos do RS ao Sudeste
Um potente ciclone extratropical, que começou a se formar na terça-feira (9) no Sul do país, deve se deslocar para o litoral do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (10). Este movimento é esperado para intensificar ainda mais os ventos costeiros no estado. O sistema meteorológico é considerado de forte intensidade, sendo capaz de gerar tempestades severas com rajadas de vento que podem ultrapassar os 100 km/h.
O Sul do Brasil tem sido a região mais impactada. Na terça, diversas cidades do Rio Grande do Sul registraram estragos como destelhamentos e queda de árvores, com volumes de chuva superiores a 100 milímetros em certas áreas.
Nesta quarta-feira, nove estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste ainda devem sentir os efeitos do ciclone. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta para volumes de chuva diária de até 100 milímetros e ventos fortes, também de até 100 km/h, nas seguintes áreas:
- Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
- Sudeste: São Paulo, serra e sul do Rio de Janeiro, e Minas Gerais.
- Centro-Oeste: Goiás, parte de Mato Grosso do Sul e sul do Mato Grosso.
Risco de rajadas destrutivas e deslizamentos
Com o ciclone totalmente organizado e avançando em direção ao alto-mar na altura do litoral gaúcho, a quarta-feira é o dia de maior criticidade. São esperadas rajadas entre 90 km/h e 120 km/h, com foco nas áreas serranas e litorâneas de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A pressão atmosférica extremamente baixa é o que impulsiona os ventos e a formação de nuvens cumulonimbus, aumentando o risco de temporais, raios, granizo e, potencialmente, tornados ou microexplosões.
Em função dos grandes volumes de chuva, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden) emitiu alertas importantes:
:Áreas como a região entre São Paulo e Campinas, Petrópolis, Belo Horizonte e Juiz de Fora, bem como cidades gaúchas (Santa Maria, Porto Alegre, Caxias do Sul) e Florianópolis, têm risco moderado para deslizamentos pontuais, especialmente em encostas urbanas. Há também alertas para inundações de pequenos córregos e alagamentos urbanos.
Quando o sistema se afasta
O centro do ciclone deve atingir o mar na costa do Rio Grande do Sul entre a madrugada e a manhã desta quarta-feira. A expectativa é que ele siga para o alto-mar, afastando-se do Brasil gradualmente ao longo da quinta-feira (11). No entanto, mesmo em processo de afastamento, o sistema continuará alimentando ventos fortes e agitação marítima nas áreas costeiras do Sul.
Com o recuo do ciclone, o tempo deve começar a se estabilizar no Sul a partir de quinta-feira. O Sudeste, por sua vez, deve permanecer com instabilidade isolada e temperaturas mais amenas.
Orientações de segurança
Diante dos riscos, a Defesa Civil recomenda à população:
- Evitar áreas costeiras e o mar aberto durante o pico do sistema.
- Não se abrigar sob árvores ou aproximar-se de redes elétricas durante tempestades.
- Reforçar telhados e remover objetos soltos que possam ser arremessados pelos ventos.
- Acompanhar os alertas locais, que podem indicar a necessidade de evacuação preventiva em áreas de risco.


