China e Brasil firmam acordo de conversão de moedas sem uso do dólar americano

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Em meio à guerra econômica desencadeada pelos EUA contra a China, o gigante asiático aproveita suas vantagens comerciais para promover o uso do yuan com seus principais parceiros, fortalecendo assim sua moeda para desafiar o domínio do dólar americano no sistema monetário internacional. As relações de Pequim com o maior país da América do Sul evidenciam essa realidade. As recentes medidas que China e Brasil tomaram para avançar nas negociações comerciais e de investimentos entre os dois países, que serão feitas diretamente em reais e yuans chineses, visam descartar o uso do dólar americano.

Essa reaproximação com seu décimo maior parceiro comercial, que também é um importante fornecedor de ferro e soja, é uma das muitas estratégias que Pequim propôs para reduzir sua exposição aos ativos em dólares e evitar que “a China seja estrangulada financeiramente por Washington”. China Morning Post . Já em fevereiro, o Banco Popular da China e o Banco Central do Brasil assinaram um memorando de cooperação para estabelecer acordos de compensação do renminbi (RMB) – outro nome pelo qual o yuan é conhecido – no país sul-americano. Este acordo visa ajudar empresas e instituições financeiras chinesas e brasileiras a realizar transações internacionais usando o yuan. , além de facilitar ainda mais o comércio e os investimentos bilaterais.

Seguindo o mesmo caminho, na semana passada China e Brasil assinaram um acordo que estabelece que o banco brasileiro BBM, controlado pelo Banco Chinês de Comunicações (Bocom), ingresse no sistema chinês de pagamentos interbancários CIPS (China Interbank Payment System) — uma alternativa no país asiático ao sistema Swift internacional—, tornando-se o  primeiro banco da América do Sul a participar diretamente desse sistema. Nesse contexto, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) indicou que o câmbio direto entre reais e yuans reduzirá os custos das transações comerciais.

Enquanto isso, no final de 2022, a moeda chinesa atingiu uma nova alta de  5,37%  nas mãos do Banco Central do Brasil, superando a  participação de 4,74%  do euro e  tornando-se  a segunda moeda de reserva mais importante. 2022. Embora o dólar americano continue dominando as reservas cambiais do Brasil, desde que o yuan foi listado lá há quatro anos, seus ativos em dólares americanos caíram para 80,42% no final de 2022 Em 2018, o valor era de 89,93%.

“No curto prazo, essa desdolarização reflete  rachaduras no  sistema monetário internacional dominado pelo dólar americano em meio à geopolítica”, disse a agência chinesa, citando um estudo publicado na segunda-feira por Huang Yadong e Zhang Wenlang com a China International Capital Corporation, um banco líder Empresa chinesa de investimentos.

Reduzir a dependência do dólar e aumentar a circulação do yuan é uma das linhas de ação da política externa e financeira de Pequim, que recentemente assinou acordos com a Arábia Saudita e a Rússia para a utilização do yuan nas transações comerciais, o que amplia a participação do a moeda chinesa no mercado financeiro global.

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