Carla Zambelli se muda para a Europa e pede licença da Câmara
A deputada federal Carla Zambelli (PL) anunciou nesta terça-feira (3) sua mudança para a Europa e o pedido de licença não remunerada do cargo na Câmara dos Deputados.1 A decisão de deixar o Brasil e se estabelecer no continente europeu ocorre cerca de 20 dias após sua condenação a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em um caso relacionado à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).2
Zambelli explicou que já estava fora do Brasil há alguns dias para um tratamento médico que vinha realizando na Europa.3 Ela afirmou que agora solicitará a licença para se afastar do cargo, citando o exemplo do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), que também pediu licença não remunerada para se exilar nos Estados Unidos.4 Com a licença, Zambelli deixará de receber salário.
O gabinete da deputada será ocupado pelo suplente, Coronel Tadeu (PL).5 Zambelli, que possui cidadania europeia, não informou o tempo que pretende permanecer fora do Brasil nem o país específico onde irá residir. A cidadania italiana, por exemplo, a protege de deportação, mesmo diante da condenação no Brasil, pois a extradição de cidadãos europeus é rara e complexa, só ocorrendo em casos de extrema gravidade, como ameaças à segurança nacional.
Apesar da mudança, Zambelli assegurou que não está abandonando o Brasil e que continuará recorrendo da condenação no STF para evitar a cassação de seu mandato. A deputada afirmou que seguirá lutando “pela verdade” e pelo seu mandato, mas agora de fora do país, em suas palavras, para “resistir” e “continuar falando o que quer falar”, em referência ao STF e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Reações de colegas de bancada à saída da deputada
A decisão da deputada de sair do Brasil foi respaldada por seus colegas de partido. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL), líder do Partido Liberal na Câmara, manifestou apoio, afirmando que ela foi “forçada a deixar o país”.
“Mais uma vez, o Judiciário excede seus limites constitucionais para perseguir parlamentares conservadores. Quando a voz da maioria é calada por decisões de poucos, não estamos mais em uma democracia — estamos em estado de exceção”, escreveu o deputado em sua conta no X.
O deputado Gustavo Gayer (PL) corroborou a declaração do líder do partido, alegando que Zambelli foi obrigada a “fugir dessa ditadura que se tornou o Brasil”. Ele acrescentou: “Continuaremos aqui lutando, agora mais do que nunca, para que todos que foram obrigados a fugir do Brasil possam voltar a suas famílias quando essa ditadura do STF tiver sido derrubada”.
O deputado Carlos Jordy (PL) também declarou que Zambelli é alvo de perseguição. “Ela é mais uma vítima da ditadura promovida no Brasil e agora se instala na Europa para continuar denunciando as atrocidades do consórcio”, opinou.
