Brasil pode desenvolver uma bomba nuclear para defesa, em meio a tensões globais
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sugeriu que o Brasil pode precisar desenvolver a tecnologia nuclear para fins de defesa no futuro. A declaração foi feita na sexta-feira, no Rio de Janeiro, em um evento onde o ministro defendeu que o país leve o tema nuclear “muito a sério”.
Silveira destacou as vastas riquezas naturais do Brasil — como a abundância de água doce, clima tropical e solo fértil — para justificar a importância estratégica da energia nuclear. Ele argumentou que, “se o mundo continuar como está”, o país precisará da tecnologia nuclear para sua defesa.
O ministro reconheceu que o assunto é polêmico, ressaltando que a Constituição brasileira proíbe o uso da tecnologia nuclear para fins militares, permitindo-a apenas para geração de energia ou uso medicinal. Em entrevista posterior, ele reforçou a ideia, classificando a defesa nuclear como um objetivo de longo prazo.
Silveira defendeu que o Brasil, como um país com uma das maiores reservas de urânio e que domina a cadeia nuclear, precisará “reconsiderar sua posição” sobre o uso pacífico da tecnologia. Ele destacou que o mundo está caminhando para uma “triste, mas real, necessidade de desenvolver instrumentos de defesa”, e que figuras públicas, incluindo o Congresso Nacional, terão que repensar o assunto.
É importante notar que o Tratado de Tlatelolco proíbe os países da América Latina e Caribe de qualquer prática relacionada ao uso militar da energia atômica, incluindo o teste, fabricação ou aquisição de armas nucleares.
