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Bombardeios dos EUA em Fordow, Isfahan e Natanz foram um atraso temporário no poder nuclear do Irã, revela Pentágono

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Uma avaliação inicial confidencial do governo dos Estados Unidos sugere que os recentes ataques aéreos ordenados pelo presidente Donald Trump contra instalações nucleares iranianas podem não ter sido tão devastadores quanto inicialmente declarado. De acordo com duas fontes familiarizadas com o relatório, os ataques não teriam destruído completamente dois dos locais-chave, e o atraso no programa nuclear iraniano seria de apenas alguns meses.

O relatório, elaborado pela Agência de Inteligência de Defesa (DIA), o braço de inteligência do Pentágono, concluiu que componentes essenciais do programa nuclear iraniano, incluindo centrífugas, poderiam ser reativados em questão de meses. Além disso, a avaliação indicou que uma grande parte do estoque de urânio altamente enriquecido do Irã, que poderia ser usado para armas nucleares, foi movida antes dos ataques, possivelmente para outras instalações secretas.

Essas descobertas da DIA, baseadas em uma avaliação preliminar de danos de batalha conduzida pelo Comando Central dos EUA, levantam dúvidas sobre a declaração de Trump de que os locais foram “obliterados”. Em um discurso televisionado logo após a operação, Trump afirmou que os EUA haviam “destruído completamente” as instalações de enriquecimento de Natanz e Fordow, e o local de armazenamento em Isfahan. Ele classificou os ataques como um “sucesso militar espetacular”, afirmando que as principais instalações nucleares do Irã foram “completa e totalmente destruídas”.

Embora o relatório da DIA seja uma avaliação inicial, uma das fontes ressaltou que se a inteligência já indica em poucos dias que Fordow, em particular, não foi destruído, avaliações posteriores podem revelar danos ainda menores. A instalação de enriquecimento de urânio de Fordow é conhecida por ser extremamente protegida, enterrada sob as montanhas Zagros e coberta por dezenas de metros de rocha.

A Casa Branca, por sua vez, contestou a avaliação da inteligência, classificando o vazamento como uma “clara tentativa de rebaixar o presidente Trump e desacreditar os bravos pilotos de caça que conduziram uma missão perfeitamente executada para destruir o programa nuclear do Irã”, conforme declarado pela Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Anteriormente, o jornal The Guardian havia revelado que, em janeiro, no início do segundo mandato de Trump, autoridades foram informadas pela Agência de Redução de Ameaças de Defesa do Pentágono que as bombas GBU-57 de 13.667 kg, conhecidas como “destruidoras de bunkers” e usadas em Fordow, não seriam capazes de destruir completamente a instalação. Naquele briefing, foi informado que as bombas não penetrariam fundo o suficiente, e que apenas uma arma nuclear tática seria capaz de destruir Fordow.

Os ataques dos EUA envolveram bombardeiros B2 lançando 12 bombas GBU-57 em Fordow e duas em Natanz. Além disso, um submarino da Marinha dos EUA disparou cerca de 30 mísseis Tomahawk em Isfahan. Enquanto o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, repetiu a afirmação de Trump de que os locais foram “obliterados”, o chefe do Estado-Maior Conjunto, General Dan Caine, que supervisionou a operação, foi mais cauteloso. Caine afirmou que todos os três locais nucleares sofreram “danos e destruição severos”, mas alertou que a avaliação final dos danos ainda estava por vir.

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