Bolsonaro se emociona em culto durante declarações de Michelle na catedral de Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou e chorou durante um culto evangélico na manhã desta quinta-feira (24) em Taguatinga, Distrito Federal. O momento de comoção ocorreu minutos depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter as medidas cautelares impostas a ele, rejeitando o pedido de prisão preventiva, mas com um aviso claro: um novo descumprimento levará à prisão imediata.
Bolsonaro chegou à igreja Catedral da Benção acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do filho Jair Renan, e do senador Magno Malta (PL-ES). Ele optou por não responder às perguntas da imprensa, mantendo a postura de silêncio adotada nos últimos dias.
No culto, o ex-presidente orou de joelhos, visivelmente emocionado. Michelle Bolsonaro, por sua vez, discursou, falando sobre a “perseguição” e a “falta de liberdade” que, segundo ela, causam dor. A pastora Ezenete Rodrigues conduziu o culto, pregando com uma bandeira do Brasil.
As medidas cautelares e o “alerta” de Moraes
Moraes confirmou as medidas cautelares impostas a Bolsonaro na última sexta-feira (18). Isso significa que o ex-presidente deve continuar usando tornozeleira eletrônica, recolher-se em casa entre 19h e 6h, e permanecer em casa nos fins de semana e feriados. Além disso, ele segue proibido de usar redes sociais, tanto em seus próprios perfis quanto por meio de terceiros.
Foi justamente essa última restrição que, para Moraes, foi descumprida. O ministro considerou que houve uma “instrumentalização” de perfis de aliados, como o do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), após uma foto em que Bolsonaro mostrava a tornozeleira ser divulgada à imprensa na segunda-feira (21), na Câmara dos Deputados.
Apesar de reconhecer o descumprimento, Moraes classificou-o como uma “irregularidade isolada, sem notícias de outros descumprimentos até o momento”. No entanto, a advertência foi severa: qualquer nova violação das medidas cautelares resultará na conversão imediata em prisão preventiva.
Moraes também esclareceu que Bolsonaro não está proibido de conceder entrevistas ou fazer discursos, mas enfatizou que o material não pode ser “fabricado para redes de ‘terceiros previamente coordenados'”, ou seja, aliados. “A Justiça é cega, mas não é tola”, escreveu o ministro em sua decisão, reforçando a seriedade da situação.
As cautelares ainda proíbem o ex-presidente de se aproximar de embaixadas, manter contato com diplomatas estrangeiros e se comunicar com outros réus e investigados pelo STF.
