Bolsonaro diz que não vai fugir do Brasil e manda recado para as autoridades
Em uma entrevista à rádio AuriVerde Brasil nesta sexta-feira (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por seu suposto envolvimento em crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado de 2022, declarou enfaticamente que não tem intenção de deixar o Brasil. A declaração surge em meio a crescentes investigações e processos judiciais que o colocam no centro das atenções políticas e jurídicas do país.
Bolsonaro, em tom desafiador, minimizou as acusações, classificando-as como um “golpe da Disney”, em referência ao período em que se encontrava nos Estados Unidos após o término de seu mandato. Ele também lançou um desafio direto às autoridades: “Quarenta anos de cadeia no Bolsonaro; me prendam”. A declaração reflete uma postura de confronto em relação às investigações em curso.
O ex-presidente também abordou sua condição pessoal, mencionando sua idade avançada, 70 anos, e problemas de saúde. “Já quase morri na última cirurgia, vou morrer, não vai demorar. A gente fica sendo um arco que dá para resistir”, declarou, sugerindo uma visão de si mesmo como um símbolo de resistência.
Bolsonaro reiterou suas críticas ao que considera uma perseguição política, alegando que sua família tem sido alvo de investigações injustas. “Era para minha família estar destruída; a Michele [Bolsonaro] foi investigada, sobrinhos meus foram investigados, meus filhos foram investigados. Até por importunação de cetáceo eu tive que responder inquérito”, afirmou.
Ele também expressou sua convicção de que as investigações têm motivação política, visando impedir sua participação nas eleições do próximo ano. “Tem que condenar esse cara; não deu para condenar na questão das vacinas, na questão das joias. A grande jogada é correr para me condenar e eu não entrar no jogo político do ano que vem”, apontou.
A entrevista de Bolsonaro ocorre em um momento crucial, com o STF intensificando as investigações sobre os eventos de 2022 e o papel do ex-presidente. Suas declarações desafiadoras e acusações de perseguição política devem intensificar o debate público e o escrutínio sobre seu futuro político e legal.
