Lukashenko coloca mísseis russos com potencial nuclear em “serviço de alerta de combate”

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Em um movimento que eleva a tensão militar no Leste Europeu, o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, confirmou nesta quinta-feira que o país já recebeu e começará a operar o novo sistema de mísseis hipersônicos de alcance intermediário da Rússia. Segundo o líder bielorrusso, as equipes militares já iniciaram o “serviço de alerta de combate” e as bases para o posicionamento do armamento estão devidamente preparadas.

A chegada do sistema Oreshnik a Minsk ocorre em tempo recorde, logo após o presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado a produção em massa do armamento e sua entrada oficial em operação até o final de 2024. O movimento consolida a parceria militar estratégica entre os dois países e reforça o discurso de dissuasão de Moscou perante o Ocidente.

O poderio tecnológico do sistema Oreshnik

Revelado ao mundo no final de 2024, o Oreshnik é uma derivação do sistema russo RS-26 Rubezh. De acordo com dados técnicos divulgados pela imprensa internacional, como a BBC, o projétil é capaz de atingir a impressionante velocidade de Mach 10 — dez vezes a velocidade do som. Embora suas capacidades totais ainda não tenham sido totalmente mapeadas por agências de inteligência estrangeiras, sua primeira utilização em combate contra a Ucrânia no ano passado serviu como uma demonstração de força da tecnologia russa.

Durante uma reunião de alto nível do Ministério da Defesa em Moscou, Putin destacou que o treinamento para operar esses novos armamentos envolve a troca de experiência adquirida no campo de batalha ucraniano com nações aliadas. Além do Oreshnik, a Rússia avança nos testes do Burevestnik, um míssil de cruzeiro de propulsão nuclear com alcance teoricamente ilimitado, e do drone submarino Poseidon, reforçando o que o Kremlin chama de “paridade estratégica” para as próximas décadas.

Entre a diplomacia e o ceticismo internacional

Apesar da rápida militarização, o Kremlin mantém a narrativa de que não busca um conflito direto com a Europa ou com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Autoridades russas frequentemente classificam as preocupações ocidentais como “histeria”. No entanto, para analistas internacionais, a estratégia tem um viés psicológico claro. Tymofiy Mylovanov, presidente da Escola de Economia de Kyiv, sugere que a criação e a propaganda em torno do Oreshnik surgem como uma tentativa de renovar o temor global diante do desgaste das ameaças nucleares convencionais de Moscou.

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