Trump convoca cúpula urgente para debater crise militar na Venezuela
O Presidente Donald Trump agendou uma reunião crucial no Salão Oval para a noite desta segunda-feira (noite de segunda-feira, hora local) com membros chave do seu gabinete e equipe de segurança nacional. O objetivo é discutir os próximos passos e a escalada da pressão contra a Venezuela. Espera-se a presença de líderes como o Secretário de Defesa Pete Hegseth, o Secretário de Estado Marco Rubio e o General Dan Caine, Chefe do Estado-Maior Conjunto.
O encontro ocorre em um momento de intensa pressão militar dos EUA sobre a Venezuela, com a acumulação de mais de doze navios de guerra e quinze mil soldados no Caribe, no âmbito da “Operação Lança do Sul”. Paralelamente, o governo enfrenta crescentes questionamentos legais sobre a autoridade dos militares, especialmente após ataques a embarcações suspeitas de narcotráfico que resultaram na morte de mais de 80 pessoas.
O foco da controvérsia é a notícia de um suposto segundo ataque a uma embarcação de traficantes, realizado especificamente para eliminar sobreviventes que estavam na água após a primeira ação. O Senador Angus King, membro do Comitê de Serviços Armados do Senado, declarou à CNN Internacional que, se a alegação for confirmada, isso seria um “crime de guerra a sangue frio” e assassinato, e prometeu investigações no Congresso.
A Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, defendeu as ações, identificando o Almirante Frank M. “Mitch” Bradley como o oficial que ordenou o segundo ataque. Leavitt afirmou que o Almirante agiu “dentro de sua autoridade” e da lei, garantindo que o barco fosse destruído para “eliminar a ameaça” aos Estados Unidos. Ela justificou o ataque como “legítima defesa” e executado em águas internacionais, conforme o direito dos conflitos armados.
Trump questiona a ordem
Em contraste com a defesa da Casa Branca, o próprio Presidente Trump manifestou dúvidas, dizendo a repórteres que “não teria querido isso” (o segundo ataque) e sugeriu que o Secretário Hegseth poderia não ter ordenado a ação, prometendo investigar o ocorrido. Enquanto isso, o governo continua a escalar a campanha, com Trump prometendo interromper o tráfico de drogas venezuelano por via terrestre “muito em breve”.
Mensagens contraditórias e decisão Maduro
A campanha contra o tráfico de drogas foi ofuscada por uma mensagem política contraditória: a decisão de Trump de perdoar o ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández, condenado por tráfico de drogas nos EUA. A deputada republicana Maria Salazar criticou o perdão, mas Leavitt defendeu-o como uma correção do “excesso de processos” da era anterior. A reunião ocorre após os EUA designarem o presidente venezuelano Nicolás Maduro e seus aliados como membros de uma organização terrorista estrangeira, expandindo as opções militares dos EUA.


