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EUA pedem que Brasil ‘contenha’ Alexandre de Moraes para evitar ruptura diplomática

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A relação entre os Estados Unidos e o Brasil está sob crescente tensão, com autoridades americanas criticando publicamente as ações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O governo dos EUA acusa Moraes de ser um “violador de direitos humanos” e de perseguir opositores políticos, o que, segundo eles, ameaça a democracia brasileira e a relação bilateral.

Em uma postagem na plataforma X, o subsecretário do Departamento de Estado americano, Christopher Landau, afirmou que os EUA esperam que o Brasil contenha Moraes para evitar um dano irreparável à relação de mais de dois séculos entre os países. A declaração foi feita após Moraes emitir um pedido de prisão para uma brasileira com cidadania americana, Flávia Magalhães, que vive na Flórida e criticou o judiciário brasileiro nas redes sociais. Landau enfatizou que os EUA não permitirão que o que ele chamou de “regime de censura” de Moraes se estenda ao território americano.

Essa não é a primeira vez que Washington se manifesta sobre o assunto. O secretário de Estado, Marco Rubio, já havia prometido novas sanções contra o Brasil em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF. Ele descreveu o julgamento como um “rompimento do Estado de Direito” e parte de uma “crescente campanha de opressão judicial”. Rubio também criticou o que ele vê como tentativas de Moraes de exercer jurisdição extraterritorial sobre cidadãos americanos.

Além disso, o governo americano, sob a liderança de Donald Trump, já tomou medidas concretas. Isso inclui a revogação dos vistos de oito ministros do STF e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, uma das mais severas sanções disponíveis para Washington contra estrangeiros. Trump também impôs tarifas de 50% sobre alguns produtos brasileiros, justificando a medida por motivos políticos, como o tratamento dado a Bolsonaro e a empresas americanas de tecnologia no Brasil.

Em resposta, o Itamaraty defendeu a independência do judiciário brasileiro e disse que ameaças externas “não intimidarão” a democracia do país. O ministério ressaltou que as instituições brasileiras deram uma resposta ao “golpismo” ao julgar os envolvidos na tentativa de golpe de Estado, garantindo o amplo direito de defesa.

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