Petro alerta que a Colômbia pode ser arrastada para o conflito com os EUA enquanto navios de guerra americanos cercam a Venezuela
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fez um alerta contundente contra uma possível intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela. Petro advertiu que, se concretizada, a ação arrastaria a Colômbia para um conflito e causaria graves consequências para toda a América Latina.
Em uma reunião de gabinete, o líder colombiano afirmou que os EUA estariam “perdidos” se acreditassem que a invasão da Venezuela resolveria seus problemas, comparando a situação à crise na Síria. Segundo Petro, a Colômbia seria diretamente afetada por essa escalada, que seria impulsionada por interesses em “tomar a riqueza do subsolo da Venezuela”.
Mensagem a Trump e mobilização militar
Petro revelou ter enviado uma mensagem ao presidente dos EUA, Donald Trump, alertando que a intervenção militar na Venezuela seria “o pior erro”. O aviso acontece em meio a relatos de que o governo americano estaria enviando navios de guerra para a costa venezuelana, supostamente para combater o narcotráfico. A Casa Branca, através de sua porta-voz Karoline Leavitt, justifica a possível ação como uma medida para “interromper o fluxo de drogas para o nosso país”.
Em resposta, a Venezuela anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em todo o território nacional. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, declarou que as milícias estão “preparadas, ativadas e armadas” e que “nenhum império virá e tocará o solo sagrado da Venezuela”.
O que se sabe sobre os navios?
A agência de notícias Reuters informou que três contratorpedeiros da Marinha dos EUA, da classe Arleigh Burke, seriam enviados para a costa venezuelana. O Secretário de Estado, Marco Rubio, indicou que a mobilização visava enfrentar ameaças de cartéis de drogas. O chefe do Comando Sul dos EUA, Alvin Holsey, visitou recentemente o Panamá, onde um dos navios, o USS Sampson (DDG-102), estava. A distância entre o Canal do Panamá e a Venezuela é de aproximadamente 1.400 km.
Alguns analistas venezuelanos, no entanto, descrevem a suposta mobilização militar como uma “operação psicológica” para desestabilizar o país. Eles ressaltam que nem o Pentágono nem o Comando Sul divulgaram informações oficiais sobre a manobra.
