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Lula tenta viabilizar encontro entre Putin e Ucrânia para negociações em Istambul

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Quatro dias após deixar Moscou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retornou à capital russa nesta quarta-feira, em uma escala que levantou especulações sobre um possível esforço diplomático. Lula, que partiu de Pequim, expressou publicamente sua intenção de contatar o presidente Vladimir Putin para instá-lo a participar presencialmente das negociações de cessar-fogo com a Ucrânia, agendadas para quinta-feira em Istambul, na Turquia.
As negociações em Istambul contarão com a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, enquanto a Rússia será representada por Vladimir Medinsky, conselheiro de Putin, e outros funcionários.

Lula, em coletiva de imprensa em Pequim, revelou que seu objetivo era persuadir Putin a se juntar a Zelensky em Istambul, atendendo a um pedido do chanceler ucraniano, Andrii Sibiha.
“Quando parar em Moscou, vou tentar falar com o Putin. Não me custa nada falar: ‘ô, companheiro Putin, vá até Istambul negociar, porra’. Não custa nada”, declarou Lula.
O presidente brasileiro já havia discutido o conflito com Putin durante sua recente visita a Moscou, onde participou das celebrações do Dia da Vitória. Lula relatou que, em um jantar com Putin, transmitiu um pedido ucraniano por uma trégua de 30 dias. “O ministro Mauro Vieira me passou um pedido do Zelensky, para dizer se você aceitaria a paz, eu disse para o Putin. E o Putin disse textualmente, ‘eu topo discutir isso'”, afirmou Lula.

Apesar da falta de confirmação oficial sobre a ligação entre os presidentes, o retorno de Lula a Moscou e sua intenção de dialogar com Putin atraíram a atenção da mídia russa. Inicialmente, Lula informou a jornalistas brasileiros que a escala em Moscou seria apenas para reabastecimento do avião presidencial, mas especulações sobre uma parada mais longa surgiram. O Kremlin, por sua vez, não confirmou a conversa. “No momento, não posso dizer nada sobre isso. Se os contatos forem acordados de alguma forma, nós o informaremos imediatamente”, declarou o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov.

A guerra na Ucrânia foi um dos principais temas abordados durante a visita de Lula à China. Em uma declaração conjunta, Brasil e China reiteraram seu apoio ao diálogo direto entre as partes, defendendo uma solução política para o conflito.

“O Brasil e a China avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes. Eles consideram necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia em suas raízes com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final”, diz a declaração.

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