Zelensky e Trump se reúnem no domingo na Flórida para tentar acordo antes do ano novo

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O cenário político internacional volta suas atenções para a Flórida neste domingo, onde o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy deve se reunir com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O encontro, projetado para ocorrer no resort de Mar-a-Lago, representa um passo crítico na ofensiva diplomática iniciada em novembro, após a divulgação de um plano de paz norte-americano elaborado com contribuições de Moscou.

Zelenskyy destacou a urgência do diálogo, afirmando que “muita coisa pode ser decidida antes do Ano Novo” e que as equipes de ambos os países já alcançaram progressos significativos em direção a um acordo final.

Os pilares do plano de paz e as garantias de segurança

A pauta da reunião deve se concentrar nos pontos mais sensíveis das negociações, como a reconstrução da Ucrânia e as garantias de segurança para o país. Atualmente, o plano de paz — uma versão refinada de um documento anterior de 28 pontos — é considerado “90% pronto” pelo líder ucraniano.

No entanto, o texto ainda enfrenta resistência por ser visto como favorável a algumas exigências do Kremlin. Kiev insiste em garantias de defesa mútua inspiradas no Artigo 5º da OTAN, enquanto a Rússia demonstra hesitação em aceitar tais termos, buscando frequentemente justificativas para não avançar nas propostas.

A resistência de Moscou e as exigências territoriais

Apesar da movimentação diplomática intensa, que incluiu reuniões recentes do enviado de Trump, Steve Witkoff, com representantes russos e ucranianos em Miami, o governo de Vladimir Putin mantém uma postura cautelosa. Em encontros privados com a elite empresarial russa, Putin reiterou a exigência de controle total sobre a região de Donbas.

Embora o jornal Kommersant indique uma possível abertura russa para trocas territoriais limitadas em Kharkiv e Zaporizhzhia, questões como a gestão conjunta da usina nuclear de Zaporizhzhia e a criação de uma zona desmilitarizada continuam sendo grandes pontos de atrito.

Dinâmicas no campo de batalha e o fator Kupyansk

Enquanto a diplomacia tenta encontrar um terreno comum, a situação militar segue volátil. Recentemente, a Ucrânia obteve uma vitória tática ao expulsar tropas russas da cidade de Kupyansk, desmentindo relatórios do Kremlin que afirmavam a “libertação” total da área. O revés gerou críticas internas na Rússia, especialmente entre blogueiros militares que denunciaram o envio de informações falsas ao comando em Moscou.

Zelenskyy aproveitou a situação para reforçar sua narrativa de resistência, visitando os arredores da cidade para contestar publicamente as declarações russas de sucesso militar.

O canal direto entre Washington e o Kremlin

Paralelamente ao encontro presencial com Zelenskyy, Donald Trump sinalizou a intenção de manter um canal aberto com Vladimir Putin. Em entrevista recente, o republicano demonstrou otimismo, afirmando que as negociações com ambos os líderes devem correr bem.

Embora o Kremlin negue, por enquanto, a previsão de uma nova chamada telefônica, Trump declarou ter conversado com Putin recentemente. Enquanto isso, o governo dos EUA e os assessores de política externa russos continuam trocando propostas atualizadas, na tentativa de transformar os diálogos de bastidores em um avanço concreto para o fim do conflito.

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