Xi Jinping promete anexar Taiwan em discurso de Ano Novo; ilha sofreu cerco de mega-exercício militar
O líder chinês Xi Jinping utilizou seu tradicional discurso de Ano Novo, proferido em Pequim, para reafirmar a determinação de seu governo em relação à Ilha de Taiwan. Em uma declaração direta, o presidente classificou a incorporação do território como uma “tendência imparável dos tempos”, consolidando a reunificação como prioridade central de sua agenda política para o próximo ciclo.
Escalada militar e pressão estratégica
A fala do presidente ocorreu imediatamente após o encerramento da “Missão Justiça 2025”, uma série de exercícios militares de larga escala que cercaram Taiwan com simulações de bloqueios portuários. As manobras envolveram um contingente recorde de 89 aeronaves de guerra, além de forças navais e de mísseis, operando em uma proximidade inédita da costa taiwanesa.
Analistas e fontes da inteligência dos Estados Unidos observam com preocupação o salto na capacidade operacional do Exército de Libertação Popular, sugerindo que a infraestrutura para uma possível intervenção está cada vez mais robusta.
Geopolítica e a resposta ao Ocidente
A intensificação das atividades militares chinesas é vista por observadores como uma resposta à recente aprovação de uma venda recorde de armamentos dos EUA para Taiwan, avaliada em 11 bilhões de dólares. No cenário global, Xi Jinping buscou projetar uma imagem de liderança multilateral, citando a Cúpula de Cooperação de Xangai e o estreitamento de laços com líderes como Vladimir Putin e Kim Jong-un.
Essa coalizão, evidenciada em desfiles militares de grande porte ao longo do ano, tem sido interpretada por especialistas internacionais como um “eixo” que desafia a atual ordem mundial liderada pelo Ocidente.
A guerra de narrativas históricas
A questão de Taiwan também se desenrola no campo simbólico e histórico. Em seu pronunciamento, Xi destacou o “Dia da Retrocessão de Taiwan”, marco que celebra o fim do domínio japonês em 1945, utilizando o legado da Segunda Guerra Mundial para legitimar as reivindicações territoriais de Pequim.
Em contrapartida, a administração de Lai Ching-te, em Taiwan, mantém uma postura de resistência, traçando paralelos entre a situação atual da ilha e a luta das democracias europeias contra o totalitarismo na década de 1930, rejeitando o modelo de “China única” imposto pelo Partido Comunista.
Avanços tecnológicos e metas econômicas
Além das tensões diplomáticas, o discurso serviu para exaltar o poderio técnico e cultural da China. Xi mencionou marcos como a missão espacial Tianwen-2 e o sucesso global de produtos como o jogo Black Myth: Wukong, utilizando-os como exemplos da vitalidade nacional.
No plano interno, o presidente assegurou à cúpula do Partido Comunista que o país permanece em uma trajetória sólida para cumprir a meta de crescimento econômico de 5% do PIB, vinculando o desenvolvimento tecnológico à estabilidade e ao fortalecimento da soberania chinesa.


